Brasília – O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou ter cometido um “equívoco” ao declarar, durante uma reunião com índios de diversas etnias, que a presidenta Dilma Rousseff teria sugerido o descumprimento de ordem judicial, por parte da Polícia Federal (PF), que determinava a retirada de um grupo de índios terenas de uma fazenda de Sidrolândia (MS). Um índio foi morto e ao menos três ficaram levemente feridos durante a operação policial.
Em nota divulgada na manhã desta quarta-feira, Carvalho afirma que estava apenas tentando transmitir aos índios “a dor da presidenta Dilma” com a morte de Osiel Gabriel, 35 anos, na última quinta-feira (30). De acordo com Carvalho, embora a presidenta insista na negociação e no diálogo para a resolução de conflitos, ela, em nenhum momento, criticou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pelo fato de a PF ter cumprido a ordem judicial.
O ministro também declarou aos jornalistas, depois de conversar com o grupo de índios que ocupou o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, que as obras na usina não vão parar. “A obra de Belo Monte já está a meio caminho andado. Ela é necessária para nós e nós vamos fazê-la, sim, sem dúvida nenhuma. Vamos aceitar todas as formas de protesto democrático, mas não vamos aceitar que ela seja interrompida”, disse Carvalho.
Ontem à tarde, enquanto Carvalho e representantes de vários ministérios recebiam dos índios um documento com 33 reivindicações, mais um terena foi baleado em Sidrolândia. Josiel Gabriel Alves, 34 anos, continua internado no Hospital Santa Casa de Campo Grande (MS).