Jornal Estado de Minas

Ministério Público pede tombamento do Dops em BH

Alessandra Mello
O Ministério Público Federal, em conjunto com a Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça de Minas Gerais, pediu à Secretaria de Estado da Cultura e ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte o tombamento do imóvel onde funcionou o extinto Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de Minas Gerais, localizado na Avenida Afonso Pena, na capital mineira, como antecipou o Estado de Minas. Além da antiga sede do Dops, onde hoje funciona o Departamento de Investigação Antidrogas da Polícia Civil, o MPF sugeriu que seja tombada a antiga Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte, na Floresta, Região Leste da cidade, onde hoje funciona uma delegacia comum.


Foi pedida ainda a criação, no âmbito estadual e municipal, de uma política de preservação da memória da história recente do país, que englobe todos os locais que funcionaram como centros de repressão no estado, entre eles, a sede do Colégio Militar do Exército Brasileiro, em Belo Horizonte; a Colônia Penal Magalhães Pinto, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de BH; a Penitenciária de Linhares, em Juiz de For a, onde a presidente Dilma Rousseff foi torturada; a Colônia Penal Krenak, em Resplendor, no Norte de Minas, onde índios eram confinados durante o Regime Militar; e a Colônia Penal Indígena da Fazenda Guarani, em Carmésia, no Sul de Minas.


Para o MPF, o tombamento constitui uma medida de reparação simbólica pelas violações cometidas pelo Estado brasileiro no período da ditadura militar.