O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Silveira, rebateu nesse domingo as declarações feita pelo ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, de que o governador Geraldo Alckmin politiza a questão da segurança. O ministro se referia à insistência do governador em se referir à falta do controle do governo federal sobre as fronteiras para explicar os problemas da violência em São Paulo.
O equívoco do ministro, segundo o secretário, também reside no fato de não ter mencionado ações conjuntas que são desenvolvidas entre o Estado e o governo federal. “Temos a Agência de Atuação Integrada, cuja sede física fica na Secretaria de Segurança. Dessa agência participam a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, as polícias civil e militar e o Ministério Público.”
Sobre a piora em alguns índices de violência, especialmente o de latrocínio, que registrou em abril, na capital, um aumento de 56% em relação ao mesmo mês do ano passado, o secretário disse: “É inegável que há uma relação de muitos crimes violentos com drogas. Temos visto latrocínios cometidos por pessoas que são consumidores de drogas. É evidente que são muitos os fatores que explicam a violência e a droga, embora não seja o único, é um deles.”
Indago se as drogas também teriam relação com os arrastões que se verificam na cidade, afirmou: “Não é só isso, mas tem relação.”
Sobre a declaração do ministro de que seria preciso “coragem política” para se enfrentar a questão da violência a partir do que ocorre nos presídios, o secretário também disse que é equivocada. “A segurança aqui está atenta a estes aspectos e tem atuado em várias frentes”.
Ele mencionou que o governo estadual está se preparando para instalar bloqueadores de celulares nos presídios, entre outras ações.
Cardozo atribuiu as críticas ao governo federal a interesses eleitorais. “Em junho de 2011 lançamos o Plano Estratégico de Fronteiras e temos observado resultado muito positivos”, disse. “Querer atribuir a subida da violência em São Paulo a algo que está melhorando é querer se isentar de um problema sobre o qual poderíamos pensar em conjunto, sem politizar nem jogar responsabilidade para o outro.”