O governador paulista em exercício, Guilherme Afif Domingos (PSD), resgatou uma de suas bandeiras como vice-governador, as Parcerias Público-Privadas (PPP), para tentar furar o embargo feito por tucanos à sua atuação no comando do Palácio dos Bandeirantes. Incomodados com a ida de Afif para um ministério de Dilma Rousseff, integrantes do governo estadual tentaram esvaziar a sua gestão como governador em exercício.
Apesar de legalmente no comando do Estado, sua agenda não foi divulgada pela comunicação do palácio, assim como o site do governo não informou que o vice era o governador em exercício em texto sobre a viagem de Geraldo Alckmin (PSDB), que participa em Paris de evento sobre a candidatura de São Paulo para sediar a Expo 2020.
Tucanos ligados a Alckmin criticam o fato de Afif não ter renunciado à vice-governadoria para se tornar ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, em maio. O secretário de Energia, José Aníbal, por exemplo, pediu licença do cargo até a volta de Alckmin. “Nessa altura da vida, esse cidadão poderia ter dado uma contribuição aos bons costumes da política”, declarou Aníbal.
Afif acumulou o cargo de vice com o de ministro até sexta-feira (7), quando foi exonerado da secretaria para poder assumir o Estado. Tanto a legislação federal quanto a estadual proíbem que o chefe de Estado acumule cargos. Como a ausência de Alckmin o colocava no comando do Estado, Afif teve de pedir demissão da secretaria para evitar questionamentos jurídicos.
No final da semana, quando Alckmin volta de viagem, Dilma vai nomeá-lo ministro pela segunda vez em um mês - Afif voltará, então, a acumular o cargo de vice com o de ministro.