A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pediu o adiamento da reunião marcada para esta terça-feira com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. O encontro serviria para discutir a continuidade das demarcações de terras indígenas em todo o país e possíveis soluções para o conflito envolvendo índios contrários à construção de empreendimentos hidrelétricos na Amazônia, entre eles os mundurukus.
“É insustentável o Cimi se reunir com o governo federal em um momento em que seus representantes viram as costas para os povos indígenas”, disse Buzzato à Agência Brasil, se referindo à interrupção de processos demarcatórios de terras indígenas no Paraná e no Rio Grande do Sul. Ele também critica a “intransigência” do governo que, segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, não vai interromper as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, como querem as comunidades indígenas da Amazônia.
De acordo com a assessoria da Casa Civil, o encontro vinha sendo acertado desde a terça-feira (4) passada, quando a ministra se reuniu com o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, que defendeu o papel da Fundação Nacional do Índio (Funai). “Esperamos que a Funai não se esvazie em sua função e que as demarcações continuem”, declarou Steiner. A reunião foi confirmada ontem (10) à noite.
Segundo a assessoria da Casa Civil, o representante da CNBB não entrou em detalhes sobre os motivos para pedir o cancelamento do encontro.