Índios terena e guarani-kaiowás estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira no Palácio do Planalto com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; da Justiça, José Eduardo Cardozo; e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams; além de representantes da bancada sul-mato-grossense do Congresso Nacional. Depois de duas horas de reunião, os índios disseram que não vão desocupar as terras em Mato Grosso do Sul onde já estão.
Uma nova reunião deve ocorrer nesta quinta-feira, 13, com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para o senador sul-mato-grossense, o problema não será resolvido com uma "solução simples", mas advertiu que a situação está "sob controle" no Estado. "Não é numa penada que se resolve. Você tem que envolver outros poderes para primeiro equacionar o que está causando mais atrito, depois olhar a questão das aldeias e, em terceiro lugar, estabelecer uma política de demarcação forte, consistente, que não traga nenhum tipo de dúvida, não só sob o ponto de vista das terras, das etnias e dos produtores, mas também sob o ponto de vista jurídico", afirmou.
Para Delcídio do Amaral, o governo não tem o objetivo de enfraquecer a Fundação Nacional do Índio (Funai). "A Funai não cuida só de demarcação de terras indígenas. A Funai é protagonista de trazer para o governo as demandas indígenas. O papel da Funai não é só demarcação. É muito mais amplo, como representante das etnias indígenas brasileiras", comentou Amaral.
Na avaliação do índio terena Lindomar Pereira, o posicionamento de não sair das áreas ocupadas está mantido. "Da nossa parte, permanecemos nas áreas ocupadas. Recuar, por enquanto, não", afirmou a jornalistas. "Temos a confiança e esperança de que daqui para frente conseguiremos achar uma solução", comentou. "O que queremos é nossa terra tradicional, onde nascemos e queremos morrer", reforçou o índio guarani-kaiowá Anastácio Peralta.