“Os vetos quando são feitos, são feitos com base em inconstitucionalidades, em questões de interesse público, desequilíbrio fiscal. Tem vetos que se forem derrubados, terão grande impacto nas contas públicas, na questão da estabilidade fiscal, financeira do país. É algo que, do ponto de vista do governo, exigiria uma alta dose de responsabilidade na forma de tratar determinadas matérias. Vamos acompanhar e aguardar que o Congresso tenha essa corresponsabilidade com os destinos do país”, disse Ideli Salvatti.
Perguntada sobre a possibilidade do PMDB apoiar a obstrução das votações do Congresso até que se definam as regras de apreciação de vetos, a ministra disse não acreditar que o partido, que ocupa a vice-presidência da República e comanda vários ministérios, esteja do lado da oposição. “Não acredito que o PMDB, que é o partido do vice-presidente da República, que compartilha a responsabilidade de governo, tenha a atitude de inviabilizar as votações estratégicas ao país. Não acredito que o partido que compõe o governo de forma tão estreita tome atitudes desse tipo”.
Hoje, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), cancelou sessão da Casa destinada à leitura de vetos. Ontem, os partidos de oposição anunciaram que vão obstruir todas as votações do Congresso, das comissões mistas que analisam medidas provisórias e a Comissão Mista de Orçamento até que se defina um cronograma para apreciação dos mais de 3 mil vetos que aguardam deliberação do Parlamento.