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Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias abre espaço para Orçamento ImpositivoAlves diz que declaração de ministra sobre orçamento impositivo é 'sem fundamento'Câmara cria comissão sobre orçamento impositivoDeputados federais voltam do recesso com o incentivo do orçamento impositivoGoverno vai cortar R$ 7 bilhões em emendas parlamentares nos próximos diasComissão Mista de Orçamento adia para semana que vem votação da LDOGoverno federal quer barrar projeto que determina orçamento impositivoRelatório da PEC do Orçamento Impositivo é apresentado“Entendemos que o governo tem a visão e a incumbência de nortear as políticas públicas macro do país. Então, esperamos que o governo, dentro dessa nova normativa, estabeleça as metas prioritárias. O governo vai ditar isso. Jogamos essa bola para o governo”, explicou Lopes.
Segundo o relator, se a proposta já estivesse em vigor, o governo seria obrigado a executar cerca de R$ 10 milhões em emendas individuais. Atualmente, a execução orçamentária é autorizativa, permitindo ao governo decidir se cumprirá a programação aprovada pelo Congresso Nacional.
“Estamos dentro de uma demonstração de que a Casa não quer afrontar, se fazer valer da prerrogativa da emenda constitucional para exorbitar dentro do Orçamento. É o impositivo ligth”, disse Lopes.
De acordo com o parecer, o montante das emendas individuais na peça orçamentária não poderá ultrapassar 1% da receita corrente líquida prevista na proposta. Com isso, explicou Lopes, o processo de apresentação de emendas passará a ser mais claro. “Isso não será mais aleatório como é hoje, fruto de entendimento da Comissão Mista de Orçamento que, às vezes, no último minuto antes de fechar o Orçamento, define o valor das emendas.”
O parecer apresentado hoje ainda estabelece que o Executivo terá que pagar, nos próximos três anos, e pelo menos 40% no primeiro ano, o saldo dos resto a pagar das emendas individuais apresentadas em orçamentos anteriores. Os restos correspondem às despesas que foram empenhadas em um determinado ano, mas não chegaram a ser pagas até o final dele.
A comissão especial que analisa a PEC é composta por 20 deputados e terá até 40 sessões para apreciar o mérito da proposta. Depois de aprovado o parecer, a PEC terá que passar por duas votações na Câmara e no Senado, com votos favoráveis de pelo menos 308 deputados e 49 senadores. O presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tem dito que pretende aprovar a PEC antes do recesso de julho.
A aprovação do Orçamento impositivo é uma reivindicação antiga de grande parte dos parlamentares. Atualmente, a execução orçamentária é autorizativa, o governo federal pode executar o Orçamento aprovado pelo Congresso da forma que considerar mais conveniente. Um dos problemas é que, muitas vezes, as emendas dos parlamentares inseridas na proposta não são executadas.