A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que a população "tem motivo" para protestar contra o transporte coletivo, que "é caro, é ineficiente, não é adequado às necessidades da população". A ministra reconheceu, em conversa com a imprensa nesta sexta-feira que "é um sofrimento ficar três ou quatro horas para ir e voltar do trabalho e cumprir suas tarefas", mas fez questão de condenar qualquer tipo de violência, seja de Policiais Militares contra a população, seja de manifestantes destruindo o patrimônio público em São Paulo.
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Protestos contra tarifa fazem Dilma adiar viagem ao RioRio amanhece com marcas de depredação após protesto contra aumento de tarifaHaddad admite violência policial, mas diz que há intransigência por parte dos manifestantesPaulistano fica refém de bombas, gás e tiros de borrachaDepois dos protestos, Senado acelera para reduzir tarifa de transporte públicoTucano critica 'falta de indignação' de Haddad para condenar protestosAlckmin defende ação da polícia no protesto contra aumento de passagem em SPA ministra Ideli reforçou ainda que o governo está fazendo a sua parte ao investir R$ 127 milhões em obras, já concluídas. Segundo ela, ainda mais de 100 obras de mobilidade urbana pelo país estão sendo realizadas. Citou ainda que o Planalto enviou ao Congresso Medida Provisória que desonera os impostos federais das passagens urbanas nos Estados. E cobrou em seguida: "Está na hora de Estados e municípios fazerem a sua parte".
Ideli lembrou que a presidente Dilma Rousseff editou a MP 617, que permite a redução de impostos federais das passagens, mas avisou que isso não é suficiente, que são necessários outros investimentos. No caso de São Paulo, ela lembrou que o aumento abaixo da inflação foi possível justamente por causa da MP. Mas a ministra advertiu que, no caso de Goiás, por exemplo, "o Estado não repassou a desoneração da MP". Goiás é governado pelo PSDB, que é oposição, mas a prefeitura de Goiânia, que administra o transporte público, é do PT.
Problema real
Ao falar sobre os problemas do transporte coletivo, Ideli admitiu que "este é um problema real e concreto da população" e que "não dá para a gente escantear e dizer que o transporte coletivo não tem os seus problemas porque ele tem". Depois de reiterar que ele é "caro, insuficiente" e que deixa pessoas horas e horas entre o trajeto de casa para o trabalho, a ministra disse que "tem um motivo para trazer manifestações com relação ao transporte coletivo", mas insistiu em que a violência é "inadmissível".
"Nós temos um problema e não há nenhum problema com manifestação. Nosso problema é com violência, depredação. E também pode ter tido excesso na repressão", acentuou. Por isso, prosseguiu, a questão do transporte coletivo "precisa ser equacionada" porque este "é um problema caro, que afeta milhões de pessoas". E emendou: "Em hipótese alguma podemos admitir violência, nem dos manifestantes, com depredação, nem da Polícia Militar". Ela informou que estão sendo feitas investigações para avaliar os excessos da repressão.
Questionada sobre se a imagem do país poderia ser atingida por causa da violência nas ruas contra o transporte, às vésperas da realização da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude, a ministra disse que "a melhor maneira de equacionar é apresentar novas soluções, além das que já estão sendo adotadas".