O deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), disse nesta sexta-feira que novas manifestações serão realizadas contra o governo para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) suspenda a demarcação de novas terras indígenas. Ele afirmou que a próxima manifestação dos produtores rurais será na Câmara dos Deputados, durante a audiência com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Na avaliação do deputado, a manifestação realizada nesta sexta em diversos pontos do País em protesto contra a demarcação de terras indígena, convocada pela FPA, atingiu os objetivos, que era alertar a população para o problema que "gera intranquilidade no campo". Ele afirmou que percorreu 1.500 km nas estradas gaúchas e acompanhou cinco bloqueios realizados pelos agricultores, que distribuíram panfletos à população. "Foi um movimento pacífico. Não houve notícias de incidentes nas manifestações realizadas em diversos pontos do País".
Vannuchi
O presidente da FPA rebateu as declarações do ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos no governo Lula, Paulo Vannuchi, recém-eleito para compor a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), de que a ministra-chefe Gleisi Hoffmann está alinhada com os fazendeiros.
A declaração foi dada por Vannuchi em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Na opinião de Heinze, o ex-ministro utiliza a expressão "fazendeiros" de forma pejorativa, quando na realidade os parlamentares da bancada rural defendem também os interesses dos assentados da reforma agrária e de pequenos produtores, "que estão sendo prejudicados pela demarcação de terras indígenas".
Na avaliação do deputado, o fato de Vannuchi na entrevista ter criticado Gleisi Hoffmann e ao mesmo tempo defendido Gilberto Carvalho e a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, "reflete um governo dúbio, que não consegue conciliar sua política desenvolvimentista com as questões sociais". Ele afirmou que os produtores pretendem "barrar na marra as demarcações de novas terras indígenas".