Convocada pela bancada ruralista para prestar esclarecimentos sobre possíveis irregularidades na Funai, Gleisi anunciou que as demarcações no Paraná estavam suspensas e que a decisão havia levado em conta as análises da Embrapa, que passaria a ser consultada sobre novas delimitações.
O presidente da Embrapa afirmou que a empresa apenas forneceu à Casa Civil as análises sobre ocupação e o uso das terras rurais. Lopes disse que a Casa Civil também solicitou à Embrapa dados "sobre a agropecuária e a dinâmica do uso e da ocupação das terras" no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. "É esse conjunto de informações que subsidia o planejamento e a formulação de políticas de gestão territorial e demarcação de terras pelo governo federal", diz ele.
Questionado se a Embrapa teria feito algum levantamento específico sobre as áreas que estão sendo demarcadas no Paraná, Lopes respondeu que as informações sobre terras indígenas do Brasil e suas populações são de domínio público. "Os bancos de dados sobre as terras indígenas disponíveis no site da Funai e na INDE (Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais) informam quais terras estão ocupadas ou não por índios e qual é essa população, quando ela existe. A Embrapa gera e analisa dados agropecuários e monitora o uso e a ocupação das terras em todo o território nacional."
Maurício Lopes disse que as informações consolidadas pela Embrapa integram um sistema de inteligência territorial estratégico, baseado em imagens de satélite e cartografia digital. "Esse sistema reúne temas voltados ao planejamento e à gestão do uso das terras, como a repartição geográfica de produtos agropecuários, a infraestrutura, a logística, as áreas protegidas do Brasil, divisões administrativas e outros."