As vaias no Mané Garrincha à presidente Dilma Rousseff inflaram ainda mais o discurso oposicionista. Do lado governista, o episódio foi encarado com cautela e como indicador de que é preciso tomar cuidado para evitar tropeços nas urnas daqui a um ano. Na oposição e entre cientistas políticos, a maioria das análises também vai no caminho da prudência, mas há quem tire conclusões definitivas sobre o nível de insatisfação com o governo e suas consequências em 2014.
"Esse fato específico tem que ser analisado com dimensão especial. Ele mostra que, realmente, os erros do governo passaram a ser percebidos pela população. Foi um sinal de reprovação. Com os problemas se avolumando, a inflação e o risco de redução da taxa de emprego, o resultado será explosivo", previu o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO), para quem a disputa presidencial vai ao segundo turno em 2014, com "chances reais" de Dilma perder.
Em tom similar, o líder do MD na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse acreditar que o que ocorreu no último sábado reflete sentimentos de insatisfação e indignação. "As pessoas estão percebendo que o governo tem mais marketing do que ação de políticas (públicas). O que a população sente, ela leva para as urnas", avaliou Bueno, que também aposta em um desgaste da candidata do PT até 2014.