O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ser favorável a votações abertas contanto que sejam desta forma em todas as instâncias. "Há 18 modalidades de votos secretos dentre os poderes da República. Sou favorável à transparência desde que sejam abertos todos os votos secretos", disse Calheiros após participar de almoço com executivos do grupo Lide, em São Paulo.
Sobre o número excessivo de Medidas Provisórias (MPs) que chegam para ser votadas, Renan minimizou a questão. "Vivemos a efervescência da democracia. Estamos modelando a democracia brasileira, não só na relação com o executivo, mas com o Judiciário", afirmou.
Aliança
O senador também reafirmou a aliança "preestabelecida com o PT" na sucessão presidencial de 2014. "No entanto, considero que temos de conversar no governo, conversar também com partidos que formam essa aliança em relação a uma agenda para o próximo governo", ponderou.
Ao ressaltar que o PMDB é o maior partido do Brasil, Renan explicou que a legenda não tem lideranças nacionais, mas "fortes lideranças regionais". "Precisamos manter forte o partido nas regiões. A legenda tem cumprido um papel importante", afirmou.
Segundo Renan, a recente afirmação da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que afirmou que Congresso às vezes faz chantagem com o governo, é uma "generalização". "Pode haver setores que ajam assim, mas esse tipo de declaração não ajuda", afirmou.
Perguntado sobre as diferenças do diálogo com o Executivo durante o mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual com a presidente Dilma Rousseff, o presidente do Senado disse que "são estilos diferentes". "Passamos por um bom momento. As tensões são naturais", disse.