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Depois das críticas, Alckmin elogia líderes do movimento de protestosNas redes sociais, protestos se tornaram praticamente um tema únicoOnda de protestos é comparada às Diretas Já e aos caras-pintadasProtestos nas principais capitais do país colocam sistema político em xequeMinistro diz que periferia não está nas ruas protestandoCarvalho prevê protestos no Rio durante visita do papa FranciscoGoverno tem de entender reivindicações, afirma CarvalhoProtestos mostram 'descontentamento', admite ministroGilberto Carvalho: "busca pela ética veio para ficar"Em reunião com manifestantes, Haddad diz que repudia violênciaAinda assim, Gilberto Carvalho reconheceu problemas, como o de mobilidade urbana, nas grandes cidades. O ministro citou, por exemplo, o caso da capital paulista onde, segundo ele, a frota de transporte coletivo é a mesma de dez anos, apesar de o número de usuários ser muito maior. Para ele, esse é um problema que precisa ser solucionado pelo governo. Carvalho acrescentou que, nas conversas com grupos de jovens, os manifestantes declararam que querem mais conquistas e inclusão.
“Os jovens diziam que o Mané Garrincha fica a poucos quilômetros do Hran que está cheio de problemas. Se não formos sensíveis, vamos ficar na contramão da história”, alertou. “Estamos na emergência de vontade clara de participação variada. Nem nos nossos tempos colocamos 100 mil pessoas nas ruas como vimos ontem.”
O ministro lembrou que, no sábado, em Brasília, deixou de ver o jogo para tentar conversar com manifestantes e entender a pauta de manifestações. Ontem, ele se reuniu com grupos menores de jovens para dar continuidade aos diálogos. “São novas formas de organização e mobilização que nós, da geração de 1970 e 1980, não conhecíamos. As redes sociais, a vontade de participação que sai do Facebook para a prática, traz um novo repertório”, disse.
Na avaliação de Carvalho, a multiplicidade de grupos se expressou claramente no comportamento dos manifestantes. Segundo ele, ficou evidente que a grande maioria se expressou pacificamente, mas que um grupo menor de manifestantes extrapolou em São Paulo, Brasília e no Rio de Janeiro. “Nós, em contato com governadores, falamos que aquele era o limite. Não se permite a entrada no Congresso Nacional ou no Palácio dos Bandeirantes”, explicou, destacando que assim como é lícita a manifestação da população nas ruas, é lícita a atuação da polícia na proteção de prédios públicos.
Para Gilberto Carvalho, desde as primeiras manifestações, a polícia teve comportamentos diferenciados. “Primeiro foi tolerante. Num segundo momento, houve excesso e ontem, foi tolerante. Em São Paulo, a polícia foi exemplar ontem, assim como em Brasília, onde, no sábado, detectamos o uso de balas de borracha, mas teve intervenção do governador e ontem o processo foi conduzido de maneira adequada”, avaliou.