Gilberto Carvalho: "busca pela ética veio para ficar"
Durante a sessão da comissão do Senado, dirigindo-se ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que atuou na resistência ao regime militar nos anos 60 e 70, Carvalho disse que a atual geração de manifestantes tem novas demandas. "Nem no nosso tempo senador Aloysio, conseguimos colocar 100 mil pessoas nas ruas em poucas horas. Eles, os jovens, dizem que a gente usa o repertório do século passado para dialogar e não entendemos o que está acontecendo. Nós estávamos acostumados com carro de som e lideranças para negociar e eles agora não têm carro de som e nem um comando."
O senador Aloysio Nunes interveio e disse que "naquele tempo, não era tão bom assim" e que o País hoje vive um período de democracia, demonstrando sua insatisfação com o excesso de violência. Gilberto Carvalho então concordou e disse que as autoridades públicas não podem tolerar a perturbação da ordem e invasões de órgãos públicos.
O ministro também foi questionado pelo senador Agripino Maia (DEM-RN) sobre se a agenda do governo não estava desligada das demandas da sociedade. Em sua fala, o ministro disse que a sociedade brasileira superou obstáculos nos últimos anos, como a pobreza e a falta de emprego. Ele disse que hoje ainda há outros problemas nas áreas de transporte e saúde. Nesse momento, ele ainda relatou que os manifestantes reclamaram que o governo gastou R$ 1,6 bilhão para construir o estádio Mané Garrincha em Brasília e que o Hospital Regional da Asa Norte, há poucos quilômetros da arena, tem um "monte de problemas". "Estaremos na contramão da história se não estivermos sensíveis a essas demandas", disse Carvalho.