Surpreendido, como a grande maioria dos políticos, pela dimensão das manifestações que se espalham pelo país com reivindicações difusas e passeatas cada vez mais numerosas, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), defendeu a mobilização popular e disse acreditar que uma minoria de "infiltrados" se organiza para causar tumulto e desgastar o poder público. Na noite dessa segunda-feira, um grupo de manifestantes quebrou o portão e pichou as paredes do Palácio Iguaçu, sede do governo, em Curitiba.
O governador confessa a surpresa com a forma como os protestos se espalham. "A mobilização no Brasil todo foi surpreendente, não se imaginava que teríamos manifestações tão grandiosas. As redes sociais facilitaram a organização em um curto espaço de tempo e ninguém foi capaz de detectar", diz o governador.
Entre os presos na noite de segunda-feira em consequência do tumulto em frente ao Palácio Iguaçu estava o estudante Yuri Sfair, enteado do deputado Ângelo Vanhoni, do PT paranaense. Vanhoni criticou a "prisão injusta" e disse que o rapaz protestava com os demais manifestantes. Beto Richa não quis comentar o caso específico. "Os atos de vandalismo foram 'isoladíssimos'. Havia 12 mil pessoas na passeata e vândalos mesmo eram mais ou menos cem. Na segunda-feira, alguns manifestantes pacíficos começaram a limpar as paredes pichadas do palácio", disse o governador.