Segundo ele, apesar de a pesquisa ter sido realizada entre os dia 8 e 11 de junho, antes da erupção de protestos pelo País, o levantamento já conseguiu captar a sensação de insatisfação da população que levou ao início desses movimentos. "Há vários temas que levaram à erupção dos problemas, como a questão indígena no Centro-Oeste, a questão dos portos, a própria tarifa dos transportes, que deu o gatilho aos protestos e a mobilidade urbana. É como se essas coisas fossem se somando e não houve respostas à altura", disse.
Indagado se a pesquisa mostra um viés de baixa na avaliação da presidente Dilma, Abrucio avaliou que isso será definido pelas respostas que o governo dará aos protestos. "É difícil dizer. Depende do que o governo fizer de agora em diante. Está demorando para interpretar o movimento. Se for capaz de fazer um movimento coordenado para reduzir tarifas, por exemplo, algum ganho de aprovação terá, senão não", disse, ressaltando que não apenas o governo federal deve sofrer essa queda na avaliação, mas também os estaduais e municipais. "A insatisfação é geral", afirmou.
Segundo Abrucio, a queda na avaliação da presidente aumenta as chances de ocorrer um segundo turno na eleição presidencial do ano que vem. "Acende a luz amarela no sentido de pensar que quanto mais a Dilma perder popularidade, mais aumenta a chance de ter um segundo turno. E se ela for para o segundo turno com menos de 40% dos votos, será muito difícil levar essa", avaliou.