Leia Mais
Relatório da PEC do Orçamento Impositivo é apresentadoRelator da PEC do Orçamento Impositivo fixa obrigatoriedade de pagamento de emendasRelator da Lei de Diretrizes Orçamentárias abre espaço para Orçamento ImpositivoProjeto do Orçamento Impositivo será votado na quartaDeputados votam PEC que garante recursos para bases eleitoraisDilma paga emendas a prestação para acalmar baseDeputados federais voltam do recesso com o incentivo do orçamento impositivoPresidente da Câmara justifica adiamento do orçamento impositivoSenado aprova participação popular na elaboração do OrçamentoComissão Mista de Orçamento adia para semana que vem votação da LDOA ordem é evitar, a qualquer custo, que os deputados aprovem o projeto de emenda constitucional (PEC) que altera totalmente a forma como o Orçamento é executado. Mas, caso o Congresso Nacional aprove, o governo vai entrar no Supremo Tribunal Federal acusando de inconstitucional o projeto.
Novas amarras
O “orçamento impositivo” fixa duas grandes regras novas para o governo federal. O Executivo será obrigado a gastar 1% das receitas correntes líquidas em emendas parlamentares. E, caso a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) não seja aprovada pelo Congresso até dezembro do ano anterior, o governo só poderá gastar por mês 1/12 das despesas de custeio obrigatórias, o que restringe ainda mais a situação vigente hoje.
“Ou seja, se os parlamentares não aprovarem o orçamento, que é atribuição deles, não é minha, o governo não poderá executar as políticas públicas no País que não sejam obrigatórias”, disse a ministra do Planejamento. Ela citou como exemplos as políticas de combate ao crack, “que não poderão ser feitas”, o fato de Exército não poder comprar comida para as tropas, a Previdência não poder fazer atendimentos nos postos do INSS ou o Brasil Sem Miséria pagar o Bolsa Família, “que é obrigatório, mas não faz as demais atividades”.
Emendas
Por outro lado, o governo será obrigado a empenhar recursos nas emendas parlamentares, de forma a cumprir a exigência de gastar 1% da receita corrente líquida (quase R$ 7 bilhões) com essas transferências voluntárias.
“Se a entidade ou a prefeitura objeto da emenda não apresentar um projeto bem feito, como muitas vezes ocorre, eu tenho de contratar mesmo assim? Com o novo orçamento, sim. Se surgirem problemas, não será o parlamentar que vai responder, mas o gestor de cada ministério ou órgão federal que liberar o recurso. Será o CPF do gestor público que estará em jogo”, disse Miriam.
De acordo com a ministra do Planejamento, o governo trabalha para ampliar a flexibilidade do Orçamento, e pretende inserir na LDO de 2014 um dispositivo que permita ao Executivo desempenhar também 1/12 de investimentos em caso de o Orçamento não ser aprovado até dezembro, e não apenas com despesas de custeio.
“Estamos indo na direção de ampliar os investimentos e os gastos cruciais, e não no sentido de amarrar ainda mais o governo, como ocorrerá com o orçamento impositivo. Essa não é uma boa proposta definitivamente”, afirmou Miriam.
O relatório da PEC que cria o “orçamento impositivo”, de autoria do deputado Edio Lopes (PMDB-RR), conta com o apoio direto do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
O texto deve ser aprovado nos próximos dias na comissão especial que analisa o tema, e em seguida vai para o Plenário da Câmara.