O governador Antonio Augusto Anastasia se pronunciou na tarde desta sexta-feira sobre as manifestações em Minas Gerais e aquelas programadas para este sábado em Belo Horizonte, quando haverá o jogo entre Japão e México, no Mineirão, pela Copa das Confederações.
De acordo com o governador de Minas, as manifestações “nunca foram vistas dessa forma, com causas difusas”. Anastasia ressaltou ainda que as pessoas estão reclamando de serviços públicos de responsabilidade das três esferas – municipal, estadual e federal - e é preciso trabalhar juntos para atendê-las.
Em relação às manifestações previstas para amanhã na capital mineira, ele informou são esperados 40 mil torcedores no Mineirão e a Polícia Militar informa que 50 mil pessoas deve ir às ruas para os protestos.
Anastasia anunciou ainda que está em contato com o Governo Federal para coibir depredações, garantir segurança dos manifestantes e de toda a população. “O objetivo é garantir segurança nas ruas neste sábado, quando ocorrerão dois grandes eventos em BH. Já definimos todas as estratégias para a realização dos jogos e das manifestações”.
O sistema de segurança será diferente da última segunda-feira. De acordo com o governador, a Avenida Antônio Carlos estará liberada e não haverá bloqueio como na segunda-feira. Serão criados quatro pontos de áreas limites, já nas proximidades do estádio. A PM informou que o objetivo é deixar o manifestante circular pela Avenida Antônio Carlos. As barreiras serão próximas ao Mineirão, ao invés de ser ao longo da avenida como na segunda-feira. Próximo ao estádio, haverá um grande aparato de segurança para atender às normas de segurança da Fifa e impedir o acesso ao Mineirão.
Durante a coletiva, Anastasia informou ainda que 3550 policiais militares além da Força Nacional vão garantir a segurança em BH neste sábado. “Serão distribuídos folhetos para os manifestantes com informações das áreas limites e 20mil panfletos “Manifeste-se em paz”, elaborados pela PM, com dicas para realizar uma manifestação tranquila”, ressalta.
Áreas limites para manifestantes
A reunião da Comissão de Prevenção à Violência em Manifestações Populares realizada nesta sexta-feira em BH definiu ações para minimizar os riscos de que haja confrontos violentos nas manifestações marcadas para amanhã.
A principal delas foi a alteração do perímetro pelo qual as manifestações terão permissão para transitar na região da Pampulha. Dessa forma, os manifestantes poderão acessar a orla da Lagoa da Pampulha sem, no entanto, acessar o entorno do Mineirão. A alternativa ao trajeto inicial surgiu como uma demanda dos movimentos sociais e foi avaliada como positiva pela comissão para que sejam evitados confrontos.
Aqueles que vierem pela avenida Antônio Carlos, entrarão na avenida Santa Rosa, à esquerda, por onde alcançarão a orla. A passeata que chegar à Pampulha pela avenida Carlos Luz (Catalão), seguirá pela avenida Alfredo Camarate até a avenida Otacílio Negrão de Lima, que circunda a lagoa. As barreiras policiais estarão postadas na rotatória da avenida Coronel Oscar Paschoal e na esquina de Carlos Luz com Alfredo Camarate.
Outra medida pensada para aqueles que têm ingresso para o jogo e definida durante a reunião é a abertura dos portões do Mineirão ao meio-dia, uma hora antes da previsão inicial. Dessa forma, a comissão aconselha os torcedores a chegarem ao Mineirão o mais cedo possível, uma vez que não precisarão ficar circulando nas imediações do estádio.
Amanhã, a comissão acompanhará os acontecimentos na capital mineira a partir das 9 horas. Parte dos integrantes ficará na sede do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e outro grupo estará nas ruas.
A comunicação entre eles e com os grupos de interlocutores dos movimentos sociais e da polícia será constante para que eventuais situações inesperadas possam ser equacionadas de forma ágil e adequada.
Fazem parte da Comissão de Prevenção à Violência em Manifestações Populares, além de integrantes do MPMG, representantes de segmentos da sociedade civil, de movimentos sociais, da Ouvidoria de Polícia, das Polícias Militar e Civil, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, da Câmara Municipal de Belo Horizonte, da Defensoria Pública e do Conselho Estadual de Direitos Humanos.
Haverá advogados voluntários de plantão para prestar assessoria jurídica a pessoas detidas durante as manifestações. Mais de 600 deles estão cadastrados no Facebook, na página denominada Suporte Jurídico aos Manifestantes de BH/MG.
Para garantir essa assessoria, dentro do devido processo legal e a transparência no exercício da atividade policial, as prisões realizadas durante as manifestações, bem como a indicação da delegacia para a qual o detido será encaminhado, deverão ser comunicados imediatamente ao representante da Defensoria Pública na comissão.