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Estado de Minas

Aécio chama PT de oportunista

Senador critica comando da legenda por tentar se apropriar de movimento apartidário e cobra humildade aos políticos


postado em 22/06/2013 00:12 / atualizado em 22/06/2013 07:19

Leonardo Augusto


O presidente do PSDB nacional, senador Aécio Neves (MG), criticou o PT ontem por tentar tomar a frente dos protestos que acontecem em todo o país e, ao mesmo tempo, cumprimentou os “brasileiros que vêm se manifestando de forma democrática e pacífica, escrevendo uma importante página da história do país”. O partido, segundo ele, age com "claro intuito de diluir cobranças feitas ao governo federal”.

De acordo com o tucano, “é inevitável também constatar o oportunismo do alto comando do PT, que tenta se apropriar de um movimento independente, ao determinar que militantes do partido se misturem aos manifestantes com o claro intuito de diluir as cobranças feitas ao governo federal”. Na quinta-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, conclamou militantes do partido, por meio do microblog Twitter, para uma passeata liderada pelo Movimento Passe Livre (MPL), na Avenida Paulista, em São Paulo. Falcão havia convocado petistas para as manifestações em comemoração à redução nos preços das passagens de ônibus, mas recuou e retirou a hashtag "#ondavermelha" do seu perfil do Twitter.

“Trata-se de decisão irresponsável que desrespeita o sentido apartidário dos protestos, colocando em risco, inclusive, a segurança de seus próprios militantes, alguns deles hostilizados ontem em várias partes do país”, analisou Aécio. Ele afirmou ser “importante que nós, agentes políticos, tenhamos humildade para reconhecer e compreender a dimensão da insatisfação existente hoje no Brasil e que ultrapassa o plano das reivindicações pontuais”.

Na avaliação do parlamentar, “há um evidente e justo clamor que une a sociedade por mudanças estruturais na gestão do setor público e é inevitável ver, na raiz dessa insatisfação, uma aguda crítica à corrupção e à impunidade que persistem na base do sistema político, impedindo transformações e agredindo diariamente os brasileiros”.

Solidariedade PV, PSOL e o futuro partido da ex-senadora Marina Silva, a Rede Sustentabilidade, divulgaram mensagens ontem se solidarizando com as demandas levantadas pelos movimentos e criticando as políticas adotadas pelos governos federal e estaduais. Após reunião da Executiva Nacional, o PV publicou uma nota na qual destacou a insatisfação da população com a "prática banalizada da cooptação dos partidos políticos". A legenda apontou que o movimento “é portador do descontentamento generalizado contra um modelo corrupto e ineficiente, que emprega mal o dinheiro público e que não merece a confiança dos cidadãos". A sigla finalizou o texto dizendo que estará "lado a lado" com os que "anseiam por um país melhor".

Intitulada “O povo se fez ouvir!”, a nota da Rede ressalta que a pressão das ruas foi "irresistível" para os governantes, obrigados a ceder e reduzir o preço das tarifas do transporte público. Segundo o futuro partido de Marina Silva, a reação de prefeitos e governadores comprovou que a questão era política e não técnica. "As manifestações iniciaram um novo ciclo de mobilização. O povo chegou ao limite da tolerância e não aceita mais abusos do Estado e das empresas", diz a mensagem.

Os "marineiros" também criticam a justificativa dos prefeitos de que, ao reduzir a tarifa, outras áreas poderão sofrer cortes. "Declarações recentes de prefeitos e governadores também devem ser repudiadas. São absurdas as ameaças que eles fazem sobre cortar verbas de outros serviços e investimentos em áreas prioritárias. É preciso manter a pressão para garantir a todos transporte e demais serviços públicos de qualidade", incentiva a Rede. Apesar de condenar a tentativa de uso indevido da mobilização para o aumento da base política, a nota afirma que "ativistas da Rede Sustentabilidade estarão sempre presentes nessas horas – como estiveram nos protestos de diversas cidades". "Há muito ainda por que lutar no Brasil e novas conquistas virão", conclui o texto.

Já o PSOL divulgou uma Carta Aberta aos Manifestantes, assinada por seis deputados federais do Rio de Janeiro que afirmam se sentir "representados" pelos grupos que protestam em diversas cidades do país. "Quem está na vida pública usa (e às vezes abusa) da oratória. Aprendemos que é tempo de ‘escutatória’ : ouvir o clamor das praças e a linda luta por direitos, para renovarmos nosso comportamento e a própria República", encerra a carta. (Com agências)

PT e PMDB depredados

As sedes municipais do PT e do PMDB estão entre as dezenas de imóveis depredados durante a manifestação de quinta-feira, em Porto Alegre. O grupo que entrou em conflito com a Brigada Militar na Avenida Ipiranga deixou um rastro de destruição em seu caminho de retirada, pela Avenida João Pessoa, e no Centro da cidade, onde se dispersou. As grades metálicas das sedes do PMDB e do PT, ambas localizadas na Avenida João Pessoa, foram entortadas e pichadas, mas os imóveis não chegaram a ser invadidos. 

 


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