Na edição desta sexta o jornal O Estado de S.Paulo aponta que o governo tem dificuldades para tratar o movimento. A presidente se irritou com a postura do presidente do PT, Rui Falcão, que conclamou militantes para uma passeata. Os manifestantes rejeitaram a presença de partidos e petistas acabaram hostilizados. "Sem partido", repetiam manifestantes contrários à partidarização.
"Quando se grita 'sem partido', nós vemos aí um grande pedido. E não há democracia sem partido. Não há democracia sem uma forma mínima de instituição. Sem partido, no fundo, é ditadura. Temos de ficar muito atentos a isso. Então, é um momento de celebrar e, ao mesmo tempo, é um momento de apreensão e de convidar a sociedade para que haja uma disputa pela democracia de verdade, que se faça representar por partidos que, de fato, representem o povo e que não compactuem com a corrupção", afirmou o ministro.
Crítica à imprensa
Para o ministro, "a classe política paga o preço por isso (pelos protestos)" e a imprensa é responsável pela descrença da população com a política. "A imprensa teve um papel nesse sentido, de estimular um tipo de moralismo no sentido despolitizado e um tipo de antipolítica, que leva a isso que está acontecendo também", declarou.
E prosseguiu: "então também aqueles que o tempo todo verbalizaram esse tipo de posição têm responsabilidade por esse aspecto destrutivo que está aí e não adianta virem agora celebrar só a manifestação e não se darem conta que também são responsáveis por isso que está ocorrendo".
Na avaliação de Carvalho, o País enfrenta um "momento muito delicado", e a Jornada Mundial da Juventude se enquadra no contexto. "Tomara que continuem as manifestações, mas que sejam num clima de paz, de maturidade e aí a Jornada pode dar uma contribuição importante do ponto de vista do sonho, da utopia, da construção do novo, de emergência da juventude. Temos de nos empenhar para que a Jornada ocorra nas melhores condições possíveis e seja, de fato, um fato nessa escalada positiva que o País e que a América Latina querem construir", concluiu o ministro.