Adriana Caitano
Brasília – A Federação Internacional de Futebol (Fifa) elogiou nesse sábado o pronunciamento feito pela presidente Dilma Rousseff na sexta-feira. Em cadeia nacional de rádio e televisão, Dilma pediu que os brasileiros deem às delegações estrangeiras “a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria, é assim que devemos tratar os nossos hóspedes”. Nos últimos dias, com o aumento da tensão provocada pelos protestos em todo o país, começaram a circular notícias de que a Fifa já estudava locais alternativos para transferir os últimos jogos da Copa das Confederações ou até mesmo cancelar o torneio. A entidade teria requisitado uma posição oficial do governo. Sob pressão, a presidente foi a público na noite de sexta-feira em discurso de quase 10 minutos para assegurar que vai “manter a ordem” no Brasil.
No exterior
A imprensa internacional destacou ontem o discurso da presidente brasileira TV. Em sua página na internet, o jornal espanhol El País afirmou que Dilma "promete um grande pacto nos serviços públicos" e disse ainda que os protestos "fraturam a sociedade brasileira". O La Nacion, da Argentina, destacou a frase da presidente de que sua obrigação é ouvir a voz das ruas. Na Itália, o Corriere afirmou que a presidente "promete mobilidade, educação e saúde, mas não convence". O jornal La Repubblica vai na mesma linha ao dizer que a população ainda está "cética".
Já o New York Times afirmou que o futebol também é alvo dos protestos e destacou foto em que torcedores seguram uma faixa com a frase "nós não precisamos da Copa do Mundo”. O jornal cita Pelé por ter pedido aos brasileiros para esquecerem "essa confusão no Brasil e pensar na seleção".
O francês Le Monde, por sua vez, além de citar Dilma, colocou na manchete do seu site o seguinte título: "Geração Lula, entre aborrecimento e desilusões". Já o jornal britânico The Guardian afirmou, em uma página inteira, que os protestos no Brasil "lançam uma dúvida sobre a Copa do Mundo" de 2014.