São Paulo – Em nota divulgada no Facebook na noite de sexta-feira, o Movimento Passe Livre (MPL) voltou atrás e disse que não vai suspender os protestos em São Paulo. Integrantes do grupo haviam anunciado que não convocariam novas manifestações, devido à participação de ativistas que apoiavam causas divergentes das do MPL.
Entretanto, o Movimento Passe Livre São Paulo afirmou na rede social que não vai deixar de se organizar e sair às ruas. “Não estamos suspendendo os protestos. Sempre afirmamos que a luta contra o aumento ia continuar até a revogação. Agora que a tarifa baixou, vamos dar continuidade à luta, pela tarifa zero”, informou em nota.
A afirmação de que o grupo não convocaria mais protestos gerou polêmica nas redes sociais. Internautas comentavam que o MPL havia desistido dos atos depois de conquistar a revogação do aumento das passagens. Alguns chegaram a sugerir que o movimento estaria “se vendendo” às autoridades ao não convocar mais protestos.
Nesse sábado, um grupo de aproximadamente 4 mil manifestantes fechou as duas pistas da Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Eles protestaram contra a PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público, bloquearam inicialmente a pista no sentido Rua da Consolação e depois ampliaram a interdição para os dois sentidos.
Moradores de prédios na Rua da Consolação mostraram apoio à manifestação, lançando papel picado ou acenando das janelas. Perto da Estação Paulista do metrô, um pequeno grupo que protestava contra maus-tratos a animais se uniu à passeata. A marcha seguiu até a sede do Ministério Público, no Centro.
No início da tarde, um grupo de 60 motociclistas se concentrou em frente à Assembleia Legislativa, na Região do Ibirapuera. O objetivo era entregar um manifesto aos parlamentares da casa, mas o conteúdo não foi revelado. O ato era pacífico.
A Prefeitura de São Paulo informou que gastará ao menos R$ 260 mil para reformar o Edifício Matarazzo, sede da administração municipal, e o Teatro Municipal, alvos de depredações e incêndios no quinto dia de protesto contra o aumento das tarifas do transporte público, revogado na quinta-feira pelos governos estadual e municipal. A maior parte desse dinheiro será gasto para recuperar o Edifício Matarazzo: R$250 mil. Toda a verba gasta nas reformas sairá dos cofres públicos.
TIROTEIO
Um policial militar foi baleado na noite de sexta-feira durante manifestação na Zona Norte da capital paulista. Segundo a PM, ele foi atingido por um tiro numa perna enquanto fazia o acompanhamento de um protesto na Favela da Funerária, região da Vila Maria. Segundo policiais que trabalham no mesmo batalhão que o PM ferido, ele foi levado a um pronto-socorro, medicado e liberado. Eles relatam que a bala chegou a atravessar a perna da vítima. Nenhum suspeito foi identificado. De acordo com a PM, o policial se feriu durante um confronto que ocorreu por volta das 20h30. Policiais disseram que a confusão começou após um grupo atear fogo em objetos para fechar uma via.