O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), se reúne nesta segunda-feira com a presidente Dilma Rousseff com expectativa de ouvir da petista alguma proposta para aplacar a insatisfação de parte da sociedade, que levou milhares de pessoas às ruas de dezenas de cidades durante toda a semana. Segundo a assessoria do tucano, ele segue para Brasília, ao lado do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), para atender à convocação da presidente, mas não leva na bagagem nenhuma pauta específica.
Segundo a assessoria de Anastasia, há expectativa de que Dilma apresente uma proposta para melhoria dos serviços públicos, principalmente um plano de mobilidade, como anunciado pela presidente durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na sexta-feira. Em entrevista no dia seguinte, o mineiro ressaltou a necessidade de aproximação de governantes e da classe política das necessidades da sociedade.
"Acho que de tudo isso (manifestações) deve haver sempre uma lição, de ficarmos mais abertos, de conversarmos mais com a população. Até para percebermos esse clima que surgiu, aparentemente de repente. Não devia ser tão de repente assim, já era alguma coisa que certamente estava grassando no meio da sociedade", observou.
Anastasia é sucessor e um dos principais aliados do senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável candidato na disputa presidencial de 2014, que fez várias críticas à postura da presidente. Para Aécio, Dilma apenas "reproduziu exatamente o tipo de ação política que está sendo rechaçada nas ruas de todo o País".
Na avaliação do governador mineiro, porém, o momento exige diálogo de toda a classe política, inclusive entre a base governista e a oposição. "Nós todos fomos surpreendidos por esse movimento. Esse é um dado que percebe-se de maneira clara. Eu acredito que não só o meu partido, mas todos os demais partidos vão se debruçar sobre esse fato, vão conversar", acrescentou. O Broadcast tentou falar com a assessoria do prefeito Marcio Lacerda, mas não houve retorno.
A capital mineira receberá investimentos de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 1,02 bilhão com financiamento do governo federal, para oito obras de mobilidade, mas a maior parte delas não ficou pronta a tempo para a Copa das Confederações e ao menos uma - a chamada Via 710 - não será concluída nem mesmo para a Copa do Mundo de 2014.