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Senado autoriza governo a pegar empréstimo de US$ 18 milhões para combater corrupçãoDilma responde à 'voz das ruas' propondo cinco pactosGilmar Mendes diz que classificar corrupção como crime hediondo não é suficienteCarvalho defende mudança em financiamento eleitoralCorrupção entra no rol dos crimes hediondosSenado aprova projeto que transforma corrupção em crime hediondoRenan promete votar hoje projeto que torna corrupção crime hediondo STF determina prisão de deputado por corrupçãoPara Fornazari, “aquele que corrompe o servidor público, juntamente com ele, contribui para a má educação e mata brasileiros em escala de genocídio”.
Crimes hediondos estão previstos na Lei 8072/90. São enquadrados na legislação mais severa estupradores, traficantes, assassinos e torturadores. Para esses a progressão de regime - fechado em semi-aberto - se dá mais demoradamente. A corrupção é punida com pena de 2 anos a 12 anos, mas em geral o acusado recebe a mínima e não vai para a prisão.
O promotor de Justiça Arthur Lemos Junior, que combate corrupção e cartéis prega que “a Justiça criminal precisa ser mais efetiva o que inclusive evita a existência de corruptores”. “Que o corrupto seja punido com rigor, com pena privativa de liberdade correspondente a crime cometido com violência, em razão dos danos e repercussões altamente negativas derivadas dos atos de corrupção.”
Lemos Junior faz uma ressalva. “O rótulo de crime hediondo é desnecessário, especialmente por equiparar todos os delitos ao mesmo patamar de gravidade e impedir a individualização da pena pelo juiz do caso. Equivale a manejar o Direito Penal como marketing. A privação de liberdade para o crime de corrupção passiva precisa ser efetiva, sem que seja possível a rápida progressão de regime.”
O promotor defende a aprovação do projeto de lei que trata da Extinção de Domínio, muito debatido na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla). “Notadamente para atingir, no âmbito cível, o enriquecimento sem causa de funcionários públicos, o que já acontece na Itália, nos EUA, Colômbia”.
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, entende que “o que importa é a incidência das normas”. “Não será a denominação crime hediondo que vai reduzir a corrupção. Estamos precisando de observância à ordem jurídica. Não basta o aspecto formal. A realidade é mais importante do que a forma.”
Para o criminalista Fábio Tofic Simantob “é triste perceber que a presidente está cedendo a instintos conservadores, ao invés de olhar para a ala progressista, que pede mudanças”. “Ela (Dilma) está tendendo justamente ao apelo populista, com penas mais graves se resolve tudo. É como chamar dengue de resfriado e sair propagando que a epidemia acabou.”