O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, criticou nesta terça-feira os partidos brasileiros e defendeu a participação popular direta nas principais decisões do país. Para ele, os partidos estão "desgastados" e "sem credibilidade", enquanto o povo está pronto para ser ouvido nas questões nacionais, como a necessidade de reforma política. Para Barbosa, o país vive uma grave crise de representatividade política e, embora não defenda a eliminação de partidos, apoia menor dependência das legendas para discutir os temas nacionais. “Temos que ter é consciência muito clara de que há necessidade de incluir o povo nas discussões sobre reformas. O Brasil está cansado de reformas de cúpula.”
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Barbosa manobra para triplicar folha de salários do Conselho Nacional de JustiçaBarbosa defende importância do Judiciário na efetivação do direito à saúde dos brasileirosRenan evita polêmica com BarbosaJoaquim Barbosa voa para ver jogo com dinheiro públicoPasseata é marcada pela volta de bandeiras de partidosJoaquim Barbosa defende recall de candidatos eleitos“Essas emendas já não tramitam no Congresso há anos? Houve, em algum momento, demonstração de vontade política de levar adiante essas reformas?”, questionou. Ao falar sobre o que seria o método ideal para promover as reformas, o ministro disse que as pessoas que pensam no país “não devem se desviar e perder tempo com discussões que só levam à dispersão”.
Barbosa ainda revelou propostas que defendeu durante a conversa com a presidenta Dilma Rousseff, como o voto direto nos candidatos, sem intermédio de legendas, a realização de recall eleitoral para descartar políticos que não agradaram a seus eleitores durante o mandato e o voto distrital puro, em um ou dois turnos qualificados.
O ministro também classificou de "excrescência" a existência de parlamentares suplentes, pois acredita que o modelo não permite ao eleitor saber quem realmente elegeu.
No campo do Judiciário, defendeu a eliminação da dependência política para progressão funcional de cargos e o fim da influência política na promoção por merecimento, além da alteração na composição dos tribunais eleitorais. No modelo atual, quase um terço dos tribunais é integrado por advogados que continuam exercendo suas atividades quando não estão nas cortes.
Joaquim Barbosa frisou que todas essas opiniões são individuais e não representam o posicionamento dos integrantes do STF.
Por fim, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, avaliou ser "excelente" para sua vida pessoal e para sua história a pesquisa Datafolha, realizada na semana passada, na qual ele aparece como o preferido dos manifestantes de São Paulo para a sucessão presidencial. No entanto, advertiu: "Não tenho a menor vontade de me lançar candidato a presidente." Ele lembrou ainda que já tem quase 41 anos de vida pública. "Está chegando a hora. Chega".
Com Agência Brasil e Estado