Brasília, 25 - A Justiça Federal no Distrito Federal condenou nesta terça-feira o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o operador do esquema do mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, e outros seis envolvidos no caso por improbidade administrativa. Na decisão, a juíza Lana Lígia Galati, da 9.ª Vara, determinou a suspensão dos direitos políticos de Cunha por dez anos. Ele terá de ressarcir o governo em R$ 50 mil com juros e correção monetária e estará proibido de fazer contratos por dez anos com o Poder Público.
De acordo com o MPF, João Paulo Cunha incorreu de "improbidade administrativa na medida em que recebeu vantagem indevida". A juíza escreve na decisão que fica "evidente" a vontade de enriquecimento ilícito por parte do deputado. A ilicitude do pagamento, segundo Lígia, se configura pelo fato de o dinheiro não advir da atividade dele como parlamentar.
Valério terá de pagar R$ 150 mil à administração federal com juros e correção monetária, ficará impedido de receber incentivos e fazer contratos com o Poder Público por dez anos e perderá por oito anos os direitos políticos. Ele teve, ainda de acordo com a juíza, "relacionamento intenso" com João Paulo Cunha para atender a interesses "mútuos".