O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), autor da proposta de emenda constitucional (PEC) que convoca uma constituinte exclusiva para reforma dos sistemas político e tributário e do pacto federativo, diz que este é o caminho para fugir do "pingue pongue" em que Câmara e Senado analisam projetos, mas não avançam para mudanças concretas. Pela proposta do deputado, haveria eleição para escolher os parlamentares constituintes, que, concluídas as reformas, encerrariam suas funções e não poderiam se candidatar nas eleições seguintes. Seriam aprovadas as propostas que tivessem três quintos dos votos.
Miro disse não conhecer a proposta da presidente Dilma Rousseff, mas reiterou a importância do plebiscito para decidir sobre a constituinte exclusiva. "O plebiscito é fundamental para dar poder ao que vem por aí", afirmou.
Escolhido na segunda-feira, 24, coordenador do Comitê de Mobilização pela Reforma Política, formado pela OAB-RJ, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Nacional, Wadih Damous, disse que o grupo só voltará a se reunir quanto estiverem "mais claras" as propostas em discussão. O comitê teria uma reunião nesta terça, mas o encontro foi cancelado e deve acontecer na semana que vem. "Vamos esperar até ficar mais nítido", afirmou.
Damous é favorável à constituinte exclusiva para a reforma política, mas disse que é uma "proposta derrotada". "Embora eu reconheça que geraria uma polêmica em termos de constitucionalidade, politicamente concordo com a ideia. Este Congresso jamais legislaria contra si próprio. Mas, quando se apresenta uma proposta nova, todo mundo cai de pau", disse o advogado. Damous afirmou que a tendência é avançar o plebiscito para que a população decida sobre pontos específicos da reforma, como propõe a OAB Nacional.