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Estado de Minas

Governo anuncia poucas medidas para muitos problemas do transporte público


postado em 26/06/2013 00:12 / atualizado em 26/06/2013 09:09

Leonardo Augusto

O anúncio de investimentos e a desoneração de impostos proposta pela presidente Dilma Rousseff (PT) para o setor de transporte público foram avaliados como insuficientes para resolver os problemas do setor pelo coordenador do Núcleo de Trânsito do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nilson Tadeu Nunes. Para o especialista, o que falta ao país é um planejamento feito em conjunto pela União, estados e prefeituras, que, conforme o acadêmico, nunca se entenderam em relação a projetos para a área.

Na segunda-feira, a presidente, em reunião com governadores e prefeito em Brasília, afirmou que a União disponibilizará R$ 50 bilhões para obras de mobilidade urbana e que o governo federal vai acabar com a incidência de impostos federais no óleo diesel e na energia elétrica, usada pelos metrôs. Dilma disse ainda que vai criar o Conselho Nacional de Transportes, com participação de representantes da sociedade e do governo.

Para Nilson Nunes, o Brasil passou muito tempo apostando no transporte rodoviário e, antes de anunciar recursos, o governo precisa estabelecer uma política para o setor que envolva uma mistura de metrô, trens de subúrbio, ônibus e outros meios de deslocamento, como o chamado transporte em plano inclinado, o bondinho instalado na Favela do Alemão, no Rio de Janeiro.

O especialista acredita que os donos de empresas de transporte coletivo, que têm forte influência no meio político, já poderiam ter demonstrado interesse em investir em metrôs e trens de subúrbio. “O problema é que o poder público não deixa claro se pretende ficar apenas com a gestão do sistema, deixando para a iniciativa privada a operação e a manutenção, o que acaba afastando os empresários”, analisa.

Conforme Nilson Nunes, pesquisas feitas no setor de transporte indicam que o valor da tarifa cobrada pelos ônibus e metrôs não lidera a lista de queixas de usuários do sistema. “Por incrível que pareça, a segurança é a principal reivindicação de quem precisa pegar ônibus no Brasil”, diz. O preço da passagem no sistema de transporte público de Florianópolis, em Santa Catarina, foi o que iniciou os protestos que hoje são registrados em todo o país.

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
O pacto dos transportes

» Desoneração do PIS-Cofins sobre óleo diesel que abastece os ônibus e energia elétrica de trens e metrôs;
» Pedido para estados e municípios também desonerarem impostos do transporte;
» Destinação de R$ 50 bilhões para novos investimentos em obras de mobilidade urbana;
» Criação do Conselho Nacional do Transporte Público, com participação da sociedade civil e dos usuários.


O pacto da Educação

» A presidente pediu de apoio para o projeto que destina 100% dos royalties do petróleo e 50% dos recursos do pré-sal (repassados para as prefeituras) para educação. Ela lembrou que a proposta já foi enviada ao Congresso Nacional e disse confiar que os parlamentares aprovarão o texto.


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