O vice-presidente da República, Michel Temer, atuou fortemente nos bastidores para convencer a presidente Dilma Rousseff de que não havia amparo constitucional para a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva destinada a fazer a reforma política, como proposto na reunião de segunda-feira com governadores e prefeitos. Temer é também presidente licenciado do PMDB.
Respaldados pelas orientações de Temer, os presidentes do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fizeram uma reunião no início da tarde. Ao sair, Alves disse que o Congresso rejeitava a ideia da Constituinte exclusiva.
A sugestão para que Dilma recuasse da proposta do plebiscito foi feita por Temer à presidente ontem num encontro meia hora antes da reunião com a cúpula da OAB. Nela, o vice disse a Dilma que a convocação de uma Constituinte exclusiva encontraria todo tipo de obstáculos, além de abrir a possibilidade de mudanças indesejáveis na Constituição, pois seria difícil fazer o controle sobre o debate a respeito de tema específico.
Partiu também de Temer a sugestão de ouvir a população sobre como deve dar o financiamento de campanhas eleitorais e qual a melhor fórmula para a escolha dos deputados.
O plebiscito deveria conter duas perguntas: como deve ser o financiamento das campanhas, se público, privado ou misto; e como deve ser a escolha dos deputados, se por voto proporcional, como hoje, distrital ou distrital misto. Dilma gostou e debateu a ideia com a OAB.
A data sugerida para o início do plebiscito é 11 de agosto. A votação ocorreria no dia 20. E o Congresso se encarregará de sistematizar as sugestões, votando-as até o dia 3 de outubro, para que possam valer para 2014.