Ao longo da semana, a presidente ainda cogitava ir ao jogo, mas sem discursar e sem que sua imagem aparecesse no telão. Ela foi convidada, pelo comitê organizador da Fifa, para participar da cerimônia de premiação, como todos os presidentes dos países-sede, mas ainda não havia decidido se aceitaria. A Secretaria de Comunicação chegou a confirmar a presença de Dilma, mas recuou ontem, quando o evento foi retirado da agenda oficial. A avaliação do Planalto é de que o momento atual é ainda mais desconfortável do que na abertura da Copa das Confederações devido à onda de protestos no país, e que seria difícil evitar constrangimentos.
Fair play Na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, Dilma e o presidente da Fifa, Joseph Blatter foram vaiados quando anunciados no telão para abrir oficialmente os jogos. A presidente mostrou-se contrariada e deixou de fazer o discurso. Blatter chegou a pedir respeito e fair play no microfone, mas foi ignorado. No mesmo dia, uma manifestação acontecia ao redor do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, onde foram registrados confrontos com a polícia.
Causas diferentes
Pelo menos quatro manifestações foram realizadas ontem no Rio, todas pacíficas e sem registro de confrontos com a polícia até o início da noite. Taxistas, médicos, outros profissionais de saúde e a comunidade lésbicas, gays,bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) foram às ruas para protestar por diferentes causas. No início da noite, cerca de mil manifestantes partiram da Candelária em direção à Cinelândia pela Avenida Rio Branco, que foi fechada para o trânsito, na Marcha pelo Dia Mundial do Orgulho LGBT. "Errar é humano, insistir no erro é Feliciano", gritavam os manifestantes, referindo-se ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC-SP).