Jornal Estado de Minas

Dilma faz suspense na agenda oficial

Presidente não confirma visita ao estádio do Maracanã, onde acompanharia a final da Copa das Confederações

Juliana Braga
A presidente Dilma Rousseff não havia decidido, até a noite de ontem, se estará no Maracanã amanhã, para acompanhar a final da Copa das Confederações, entre Brasil e Espanha, no Rio de Janeiro. Na abertura do torneio, há duas semanas, em Brasília, ela foi vaiada e declarou abertos os jogos sem proferir o discurso que havia preparado. Caso Dilma realmente deixe de ir à decisão, ela deve convidar a Seleção Brasileira para visitar o Palácio do Planalto na semana que vem.


Ao longo da semana, a presidente ainda cogitava ir ao jogo, mas sem discursar e sem que sua imagem aparecesse no telão. Ela foi convidada, pelo comitê organizador da Fifa, para participar da cerimônia de premiação, como todos os presidentes dos países-sede, mas ainda não havia decidido se aceitaria. A Secretaria de Comunicação chegou a confirmar a presença de Dilma, mas recuou ontem, quando o evento foi retirado da agenda oficial. A avaliação do Planalto é de que o momento atual é ainda mais desconfortável do que na abertura da Copa das Confederações devido à onda de protestos no país, e que seria difícil evitar constrangimentos.

Oficialmente, a Secretaria de Imprensa da Presidência informou que nunca houve previsão para Dilma ir ao Maracanã, já que, na data, estava prevista anteriormente uma viagem de Estado ao Japão, cancelada depois da onda de protestos.

Fair play Na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, Dilma e o presidente da Fifa, Joseph Blatter foram vaiados quando anunciados no telão para abrir oficialmente os jogos. A presidente mostrou-se contrariada e deixou de fazer o discurso. Blatter chegou a pedir respeito e fair play no microfone, mas foi ignorado. No mesmo dia, uma manifestação acontecia ao redor do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, onde foram registrados confrontos com a polícia.

Causas diferentes

Pelo menos quatro manifestações foram realizadas ontem no Rio, todas pacíficas e sem registro de confrontos com a polícia até o início da noite. Taxistas, médicos, outros profissionais de saúde e a comunidade lésbicas, gays,bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) foram às ruas para protestar por diferentes causas. No início da noite, cerca de mil manifestantes partiram da Candelária em direção à Cinelândia pela Avenida Rio Branco, que foi fechada para o trânsito, na Marcha pelo Dia Mundial do Orgulho LGBT. "Errar é humano, insistir no erro é Feliciano", gritavam os manifestantes, referindo-se ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC-SP).