Cardozo afirmou ser prematuro projetar para as eleições do ano que vem a queda de popularidade do governo. Pesquisas internas, que o ministro não quis detalhar, indicariam que a imagem da presidente permanece bem avaliada. "Nossas pesquisas ainda mostram aceitação muito ampla", revelou. "A presidente está muito bem postada nessa disputa. Nesse momento, temos de pensar mais na parceria entre os poderes", afirmou.
A pesquisa mostrou que 30% dos brasileiros consideram a gestão Dilma boa ou ótima. Na pesquisa de junho, anterior aos protestos, a aprovação era de 57%. Foi a maior queda na avaliação de governo desde a presidência de Fernando Collor de Mello.
O Datafolha apontou também que 32% dos entrevistados considerada a resposta da presidente aos protestos como ótima ou boa. E 68% dizem apoiar a proposta encampada pelo governo de um plebiscito sobre a reforma política. Com base nesses dados, Cardozo afirmou que Dilma tem "liderança" - expressão usada pelo ministro quatro vezes na entrevista - para implementar as demandas dos manifestantes. "Esse resultado mostra que a presidenta tem liderança concreta e efetiva no País", disse o ministro.
Os dados da pesquisa ainda apontam descrédito com a política econômica e consequente receio de que a inflação vá subir. Apesar disso, o ministro afirmou que a realidade vivida pelo brasileiro ainda é positiva. "A situação econômica permanece inalterada, com pleno emprego, pessoas saindo da miséria... O que estava dado continua sendo dado", disse. "A condição dos brasileiros hoje é muito melhor, o País é sólido e enfrenta a crise de maneira diferente de outros momentos", concluiu.