O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificou como "fotografia de um momento" o resultado da pesquisa Datafolha que mostra queda de 27 pontos na aprovação do governo Dilma Rousseff nas últimas três semanas - de 57% para 30%. E acrescentou que as manifestações de rua em vários Estados atingem todos os governantes neste momento. Entretanto, avaliou que a imagem da presidente ainda estaria positiva e afirmou que as respostas do governo às demandas dos manifestantes foram bem recebidas, conforme a pesquisa.
"É a fotografia de um momento. Todos os governantes do País são atingidos pelas manifestações. É absolutamente previsível o resultado e atinge a todos", disse. Mas ele afirmou que o resultado da pesquisa não deveria ser usado para atacar o governo com vistas às eleições de 2014. "Quem quiser apostar contra o Brasil neste momento pensando em atingir o governo Dilma vai perder a aposta", acrescentou.
Cardozo afirmou ser prematuro projetar para as eleições do ano que vem a queda de popularidade do governo. Pesquisas internas, que o ministro não quis detalhar, indicariam que a imagem da presidente permanece bem avaliada. "Nossas pesquisas ainda mostram aceitação muito ampla", revelou. "A presidente está muito bem postada nessa disputa. Nesse momento, temos de pensar mais na parceria entre os poderes", afirmou.
A pesquisa mostrou que 30% dos brasileiros consideram a gestão Dilma boa ou ótima. Na pesquisa de junho, anterior aos protestos, a aprovação era de 57%. Foi a maior queda na avaliação de governo desde a presidência de Fernando Collor de Mello.
O Datafolha apontou também que 32% dos entrevistados considerada a resposta da presidente aos protestos como ótima ou boa. E 68% dizem apoiar a proposta encampada pelo governo de um plebiscito sobre a reforma política. Com base nesses dados, Cardozo afirmou que Dilma tem "liderança" - expressão usada pelo ministro quatro vezes na entrevista - para implementar as demandas dos manifestantes. "Esse resultado mostra que a presidenta tem liderança concreta e efetiva no País", disse o ministro.
Os dados da pesquisa ainda apontam descrédito com a política econômica e consequente receio de que a inflação vá subir. Apesar disso, o ministro afirmou que a realidade vivida pelo brasileiro ainda é positiva. "A situação econômica permanece inalterada, com pleno emprego, pessoas saindo da miséria... O que estava dado continua sendo dado", disse. "A condição dos brasileiros hoje é muito melhor, o País é sólido e enfrenta a crise de maneira diferente de outros momentos", concluiu.