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Estado de Minas

Custo já estimado da depredação no país ultrapassa R$ 6 milhões

Ações de vândalos contra o patrimônio público em todo o país provocaram um prejuízo de R$ 6,3 milhões ao Estado


postado em 30/06/2013 00:12 / atualizado em 30/06/2013 08:33

Felipe Canêdo


Prefeituras e órgãos públicos de grandes cidades já anunciaram prejuízo de R$ 6,3 milhões em patrimônio público depredado durante manifestações em todo o país. O Rio de Janeiro, que prevê gastos de R$ 1,5 milhão para repor todo o patrimônio público danificado e R$ 2 milhões para consertar tudo o que foi quebrado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deve ser palco de grande manifestação hoje, com a final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha. O prédio teve 30% das vidraças quebradas, incluindo vitrais franceses antigos e afrescos.

A Prefeitura de Porto Alegre estimou que deve gastar pelo menos R$ 951 mil para repor os 130 contêineres danificados e os 57 inutilizados, semáforos destruídos e ônibus quebrados, depois de cinco grandes protestos na cidade nos últimos meses. Em Curitiba, o prejuízo é estimado em R$ 1,5 milhão pelo Executivo municipal. Em São Paulo, onde a própria sede da prefeitura foi alvo de ataques, devem ser gastos R$ 250 mil para recuperá-la. Em Niterói (RJ), os danos em patrimônio público somaram R$ 40 mil e em Campinas (SP) R$ 52 mil. Além disso, nove ministérios e o prédio do Itamaraty foram apedrejados em Brasília. Estimativa do Estado de Minas sugere que os danos custarão mais de R$ 112 mil.

Além das cifras anunciadas pelo poder público, o prejuízo para o comércio deve ser ainda maior. Segundo a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), o cálculo de prejuízos entre comerciantes chega a R$ 2,5 milhões. De acordo com a prefeitura, foram danificados 25 abrigos de paradas de ônibus, quatro semáforos e um radar na cidade. Em Porto Alegre, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) calcula um prejuízo de mais de R$ 3 milhões no comércio, entre depredações e saques.

A escalada de protestos ganhou força a partir do dia 6, quando o Movimento Passe Livre levou 2 mil pessoas às ruas contra o aumento da passagem de ônibus. A onda de manifestações que depois se espalhou pelo país já provocou a morte de seis pessoas.

Quebra-quebra

Matéria publicada pelo Estado de Minas na terça-feira mostrou que Belo Horizonte teve 34 lojas atacadas e que o prejuízo foi estimado em R$ 1.684.150. No último protesto, que aconteceu no sábado e terminou com a morte de um jovem que caiu do Viaduto José Alencar, na Pampulha, o quebra-quebra foi grande. Além da depredação e dos saques, a concessionária Hyundai teve um de seus caminhões queimados em plena Avenida Antônio Carlos, na Pampulha.

Empresários de BH calculam um prejuízo que pode ultrapassar os R$ 16 milhões e já estudam a possibilidade de entrar com ação conjunta pedindo o ressarcimento dos prejuízos pelo Estado. A Concessionária Kia Automark, na Avenida Antônio Carlos, retirou os carros do salão para evitar mais prejuízos depois do protesto do sábado, mas na quarta-feira um incêndio provocou grandes prejuízos na loja e computadores foram quebrados. Vândalos invadiram o subsolo do edifício e quebraram carros que já estavam vendidos para clientes.

A Polícia Civil já está investigando mais de 100 pessoas por crimes praticados nas manifestações. Somente na quarta-feira, 109 pessoas foram detidas, sendo que 26 delas foram presas em flagrante e continuam presas. Dezoito adolescentes, entre 15 e 17 anos, foram detidos e encaminhados ao Juizado da Infância e da Juventude.


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