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Estado de Minas

Medidas de curto prazo não vão atender às reivindicações


postado em 01/07/2013 06:00 / atualizado em 01/07/2013 09:24

Rio de Janeiro – O especialista em financiamento para a educação Nicholas Davies avalia que medidas de curto prazo não vão atender às reivindicações feitas nas manifestações que ocorrem em todo o país para melhorar o nível da educação e da saúde. Professor de política de educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Davies defende medidas de longo prazo para esses setores. "É um equívoco imaginar que uma medida de impacto vá surtir efeito no curto prazo. Eu não me entusiasmo muito com medidas de curto prazo", disse.

O especialista destacou que, embora seja favorável a melhorias salariais, o aumento imediato dos salários dos profissionais de educação é um exemplo de medida de curto prazo que não resolveria os problemas mais urgentes. Isso porque precisa ser adotada com melhorias das condições de trabalho, o que não ocorre de uma hora para outra. "Os efeitos só vêm, no mínimo, a médio prazo", informou.

Nicholas Davies ressaltou que influencia o setor no Brasil o fato de a educação estar ligada aos três níveis de governo – federal, estadual e municipal. “A responsabilidade não é só de um governo. Sobretudo na educação básica, que cabe aos governos estaduais e municipais", acrescentou Davies.

Para o especialista, uma medida de curto prazo possível de ser adotada é o aumento da participação do governo federal no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais em Educação (Fundeb), implantado em 2007 com vigência até 2020. Ele alertou, no entanto, que é preciso ter um maior controle sobre a aplicação dos recursos do fundo. “Não adianta o governo federal aumentar a sua contribuição para o Fundeb se depois não há um controle de como é que as prefeituras estão usando o dinheiro do fundo. Infelizmente o que está acontecendo no Brasil é que muitas prefeituras estão ganhando muito dinheiro com o Fundeb, mas as matrículas estão diminuindo."

O professor defendeu ainda que não adianta ter universidade boa se a educação básica não estiver no mesmo nível. Ele destacou a diferença salarial entre os professores. "Eu ganho oito vezes mais do que uma alfabetizadora. É uma anomalia típica do Brasil. Na França, na Inglaterra e na Finlândia, o professor universitário não ganha oito vezes mais do que a alfabetizadora. Não adianta isso. Tem que pensar no todo. A educação começa na alfabetização e vai até a pós-graduação", disse.


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