Diego Abreu e Adriana Caitano
Brasília – A presidente Dilma Rousseff passou o fim de semana reunida com os ministros mais próximos. Para evitar novas vaias, ela preferiu não assistir à final da Copa das Confederações, no Maracanã, ontem, no Rio de Janeiro. Optou por ficar no Palácio da Alvorada preparando o terreno para a reunião ministerial que convocou para hoje, ocasião em que tratará de soluções para contornar a crise que atinge o governo, cuja avaliação positiva caiu 27 pontos percentuais nas últimas três semanas, conforme pesquisa divulgada no sábado.
Após deixar a reunião, Paulo Bernardo informou que a intenção do encontro marcado para hoje com os titulares da Esplanada é repassar a eles “resoluções” e “encaminhamentos” do governo. “E também fazer recomendações de como conduzir (as ações do governo). Quer dizer, não deixar os projetos pararem, todos saberem de que forma estão sendo encaminhadas as reivindicações, e também garantir que não haja paralisia ou retrocesso dos programas sociais que estamos tocando”, afirmou o ministro.
Bernardo disse que a presidente terá nesta semana mais uma agenda para tratar do plebiscito sobre uma reforma política no país. Partidos da oposição e "mais à esquerda", como o PSOL, serão convidados, além de empresários. “Está sendo organizada uma agenda para a semana.”
O governo quer sugerir ao Congresso, a quem cabe a responsabilidade legal de efetivamente convocar o plebiscito, uma consulta enxuta, resumida a poucos pontos – como sistema de voto e financiamento de campanha. Segundo pesquisa do Datafolha, 68% dos brasileiros aprovam a ideia do plebiscito, que sofre forte resistência no Congresso. Tanto partidos aliados quanto de oposição acham inviável organizar a consulta e fazê-la antes de os parlamentares discutirem a reforma. Muitos sugerem o caminho inverso, com uma reforma a ser aprovada em referendo (a posteriori, portanto).
Bernardo afirmou que a mensagem sobre o plebiscito está em processo de elaboração, a cargo do ministro José Eduardo Cardozo e do vice-presidente Michel Temer. “Achamos importante ouvir a população sobre um tema que não tem avançado por divergências, por dificuldades na área política.”
SAÚDE
O ministro Alexandre Padilha disse que a presidente está “sensível ao que vem das ruas”. “O governo federal busca reagir, construir e absorver as propostas e dar alternativas para a população”, afirmou ao deixar a residência oficial da Presidência. Ele disse que sua pasta estará empenhada nesta semana em acelerar a execução de recursos do governo federal repassados a estados e municípios. “A resposta que o governo federal está buscando construir é exatamente esse pacto para acelerar os investimentos que já estão contratados, identificar mais hospitais que podem ser construídos, mais unidades de saúde”, disse. Padilha informou que também governadores e secretários estaduais e municipais de saúde serão convocados a Brasília para acelerar o andamento das obras. (Com agências)
Parabéns à Seleção
Assim que terminou a partida no Maracanã ontem, o Palácio do Planalto divulgou nota da presidente Dilma Rousseff, parabenizado a Seleção Brasileira pelo tetracampeonato da Copa das Confederações. “Nesta campanha memorável, nossos atletas mostraram alegria, criatividade, espírito de equipe e união que conquistaram todos os brasileiros e proporcionaram ao mundo um grande espetáculo. Eu me somo hoje a todos os brasileiros na comemoração dessa grande vitória”, disse a presidente na nota.