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Estado de Minas

Protestos perdem força em todo o país

Cientista político considera que grandes ciclos de manifestações caem após pico de euforia, o que foi evidenciado nas ruas ontem


postado em 01/07/2013 06:00 / atualizado em 01/07/2013 08:46

Bertha Maakaroun

Uma passeata contra a violência e pedindo o fim da impunidade foi realizada em São Paulo (foto: LUIZ CLAUDIO BARBOSA/FUTURA PRES )
Uma passeata contra a violência e pedindo o fim da impunidade foi realizada em São Paulo (foto: LUIZ CLAUDIO BARBOSA/FUTURA PRES )

No dia em que o Brasil encerrou sua campanha vitoriosa na Copa das Confederações, à exceção do Rio de Janeiro, palco da partida final, os protestos perdem força em todo o país. Depois de tantas manifestações com pleitos difusos e de críticas contundentes contra a realização das copas no Brasil, no momento do último jogo, nas ruas, só torcedores em telões.

“O ciclo das grandes mobilizações está diminuindo, é natural. Todos os grandes ciclos de protestos têm um pico de euforia, que depois diminui, o que não significa que não voltarão”, considerou ontem o cientista político Manoel Leonardo Santos, professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Segundo ele, as manifestações foram um momento importante, que terão consequências para o funcionamento das instituições.

O mais movimentado dos protestos foi em Campinas, São Paulo, onde a 13ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) reuniu cerca de 13 mil pessoas, segundo informações da Polícia Militar e foi pacífica. Com o tema "Por baixo da pele somos todos iguais", a manifestação atraiu também crianças, famílias e grupos de jovens. A “cura gay” proposta pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi o principal alvo dos ativistas. Com votação que poderá acontecer nesta semana, a matéria, se aprovada, permitirá aos profissionais de saúde participarem de terapias para alterar a orientação sexual.


Na capital

São Paulo e na região metropolitana, pouco mais de mil manifestantes fizeram três atos pela manhã, contra a violência, a Copa e a favor de melhorias no transporte. A implementação do bilhete único, o fim da dupla função dos motoristas de ônibus e a imediata contratação de cobradores, foram, entre outras, as reivindicações. No fim da tarde, um grupo de cerca de 50 manifestantes protestou contra a Copa no Vale do Anhangabaú, no Centro. O ato ocorreu a poucos metros do telão que transmitiu o jogo entre Brasil e Espanha. Com faixas e cartazes, o grupo pediu também mais investimentos em saúde, educação, trabalho, transporte e moradia. O ato seguiu sem incidentes. Logo que a partida começou, os manifestantes deixaram os cartazes de lado. Alguns foram embora, mas parte deles se juntou à massa de torcedores para assistir ao jogo.

Já em Salvador, onde Itália e Uruguai disputaram o terceiro lugar, cerca de 200 pessoas protestaram perto do Hotel da Bahia, onde a delegação da Fifa se hospedou durante os jogos da Copa das Confederações na capital baiana. Os manifestantes fizeram parte da passeata pacífica que saiu do Campo Grande no início da tarde de ontem, mas se dispersaram do Movimento Passe Livre Salvador e seguiram com o protesto até o início da noite.

Em Fortaleza, a Marcha das Crianças, reuniu no final da manhã 200 pessoas, sendo 150 crianças, no Passeio Público, no Centro. As crianças cobraram mais educação, saúde e segurança pública. Outra manifestação na cidade reuniu 100 pessoas na Praça da Imprensa a favor da empresa TelexFree, que está sendo investigada de praticar "pirâmide financeira".


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