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Estado de Minas

Calendário para realização do plebiscito já está sob consulta no TSE

Dilma pede e Corte inicia a análise de prazo para realizar o plebiscito. Cármen Lúcia se reúne hoje com tribunais regionais


postado em 02/07/2013 06:00 / atualizado em 02/07/2013 06:42

Brasília – Depois de mobilizar todos os setores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para estudar um prazo mínimo para a realização do plebiscito sobre reforma política, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, disse que "a Justiça Eleitoral está sempre preparada" para realizar consultas populares. Ela recebeu ontem das mãos do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um ofício assinado pela presidente Dilma Rousseff, que faz uma consulta formal ao TSE sobre o tempo necessário para a operacionalização do plebiscito.

Cármen Lúcia se reúne hoje com os presidentes dos 27 tribunais regionais eleitorais (TREs) para buscar um consenso sobre a data ideal para que os eleitores possam ir às urnas opinar sobre a reforma política. A tendência é de que a resposta a Dilma seja dada até o fim da semana. A ministra sinalizou que o TSE está pronto para cumprir o papel de organizar o plebiscito em pouco tempo. O governo trabalha para que a consulta seja realizada em setembro, uma vez que as regras só terão validade nas eleições de 2014 caso as alterações em lei sejam efetivadas com antecedência mínima de um ano em relação ao pleito do ano que vem, marcado para 5 de outubro.

Ministros do TSE ouvidos na semana passada pelo Estado de Minas avaliam que o tempo é curto para que a Justiça Eleitoral organize o plebiscito, já que o procedimento envolve a aprovação de resoluções, prazo para propagandas, convocação de mesários, desenvolvimento de sistemas, deslocamento de urnas, entre outras medidas. Em 2011, a Justiça Eleitoral levou seis meses desde a promulgação do decreto de lei que convocou o plebiscito que tratou da divisão do estado do Pará até a data da consulta aos eleitores.

Durante a sessão de encerramento do semestre no TSE, Cármen Lúcia comunicou aos colegas o teor do ofício de Dilma. Ela leu o texto: "Pretendo sugerir aos membros do Congresso Nacional a realização do plebiscito sobre reforma política (...) Diante disso, consulto Vossa Excelência sobre o tempo mínimo bem como os procedimentos necessários para a operacionalização e a racionalização da referida consulta popular baseada na Constituição".

"Legalidade"

A presidente do TSE comentou que ainda não tem previsão sobre o tempo necessário para organizar o plebiscito e argumentou que é preciso observar procedimentos internos. "Ainda não tenho nada, absolutamente nada, a dizer sobre os dados porque é uma consulta que necessita operacionalização", afirmou. "É certo que a Justiça Eleitoral está pronta e preparada sempre a cumprir o que a Constituição determina, que é a consulta popular, mas o TSE tem os seus procedimentos, sistemas, os prazos necessários, e isso será formalmente analisado", completou Cármen.

O ministro Gilmar Mendes criticou, durante a sessão, a postura do Palácio do Planalto. Na avaliação dele, cabe exclusivamente ao Poder Legislativo tratar do plebiscito. "O Executivo não tem papel nessa matéria, é o próprio Congresso, e só o Congresso. As coisas estão mal organizadas sob essa perspectiva", criticou. "É preciso que o próprio Congresso solicite ao tribunal e não a presidente da República. É preciso que as coisas sejam orientadas pela pauta da legalidade, é bom consultar os manuais existentes", completou.

A Constituição determina que somente o Parlamento pode apresentar um projeto de decreto legislativo que estabeleça a realização de um plebiscito.


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