Jornal Estado de Minas

Contra inflação, presidente Dilma Rousseff reforça corte de gastos

Presidente garante que governo vai cumprir um dos pactos que fechou com os manifestantes que tomam as ruas do país: o controle das contas públicas

Correio Braziliense
Dilma: "não há hipótese de reduzirmos qualquer gasto social" - Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Diante da onda de desconfiança que varre o país, a presidente Dilma Rousseff garantiu nessa segunda-feira  aos investidores que cumprirá um dos cinco pactos listados por ela para responder às demandas que vêm das ruas: o controle das contas públicas. Ela enfatizou que o governo vai “olhar onde é possível e onde não é possível” para atingir a meta de superavit primário de 2,3 % do Produto Interno Bruto (PIB), como demanda o mercado financeiro, assustado com a gastança que está empurrando a inflação para muito além do centro da meta, de 4,5%, perseguida pelo Banco Central. Entre a equipe econômica, a promessa é de que haja um contingenciamento de gastos entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões.
"A gente sempre consegue fazer mais”, assegurou Dilma, destacando, porém, que é preciso tomar cuidado ao cortar gastos públicos, para que o país não incentive o desemprego nem tenha de abrir mão de programas sociais, em especial o Bolsa Família. “Não há hipótese de reduzirmos qualquer gasto social. Nós sempre temos de fazer com responsabilidade, se não nós caímos na situação em que está a Europa”, frisou. Para a presidente, o Brasil enfrenta dificuldades devido ao momento de “transição” na economia mundial.

Ao ser indagada sobre a dificuldade de ter de acomodar, no Orçamento, as demandas das ruas, Dilma afirmou que o desafio é natural. “Esse dilema existe todos os dias em uma administração. Fazer o melhor possível com o Orçamento”, ressaltou, depois de interromper a reunião com ministros na Granja do Torto para falar aos jornalistas e responder a perguntas, algo que ela só costuma fazer em viagens internacionais. “Discutimos a importância de, neste momento, sermos muito atentos à robustez fiscal do país, principalmente do governo federal, dos governos estaduais e dos governos municipais, porque isso significa maior controle da inflação”, afirmou.