Diante da onda de desconfiança que varre o país, a presidente Dilma Rousseff garantiu nessa segunda-feira aos investidores que cumprirá um dos cinco pactos listados por ela para responder às demandas que vêm das ruas: o controle das contas públicas. Ela enfatizou que o governo vai “olhar onde é possível e onde não é possível” para atingir a meta de superavit primário de 2,3 % do Produto Interno Bruto (PIB), como demanda o mercado financeiro, assustado com a gastança que está empurrando a inflação para muito além do centro da meta, de 4,5%, perseguida pelo Banco Central. Entre a equipe econômica, a promessa é de que haja um contingenciamento de gastos entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões.
"A gente sempre consegue fazer mais”, assegurou Dilma, destacando, porém, que é preciso tomar cuidado ao cortar gastos públicos, para que o país não incentive o desemprego nem tenha de abrir mão de programas sociais, em especial o Bolsa Família. “Não há hipótese de reduzirmos qualquer gasto social. Nós sempre temos de fazer com responsabilidade, se não nós caímos na situação em que está a Europa”, frisou. Para a presidente, o Brasil enfrenta dificuldades devido ao momento de “transição” na economia mundial.
Ao ser indagada sobre a dificuldade de ter de acomodar, no Orçamento, as demandas das ruas, Dilma afirmou que o desafio é natural. “Esse dilema existe todos os dias em uma administração. Fazer o melhor possível com o Orçamento”, ressaltou, depois de interromper a reunião com ministros na Granja do Torto para falar aos jornalistas e responder a perguntas, algo que ela só costuma fazer em viagens internacionais. “Discutimos a importância de, neste momento, sermos muito atentos à robustez fiscal do país, principalmente do governo federal, dos governos estaduais e dos governos municipais, porque isso significa maior controle da inflação”, afirmou.