Jornal Estado de Minas

Oposição promete dificultar proposta de reforma enviada por Dilma

Para o Congresso, o plebiscito tem a intenção de retirar a crise do colo da presidente e focar no rumo da Casa

Correio Braziliense
No que depender da oposição, as sugestões da presidente Dilma Rousseff sobre a formulação de um plebiscito para a reforma política não terão acolhimento no Congresso. “Dilma quer claramente retirar a crise do colo dela e focar no rumo do Congresso. Ela tem todo o direito de fazer as sugestões que quiser, e o Congresso fará o que julgar a sua obrigação, dentro do prazo e debates possíveis e necessários”, analisa José Agripino, líder do Democratas no Senado e presidente nacional da legenda.
Colega de partido de Agripino e líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado lembra que o governo tem maioria no poder legislativo para aprovar o que bem entender. “Lula e Dilma só priorizam a reforma política em momentos de escândalos, quando o governo está escanteado. Foi assim no caso dos mensaleiros, agora com a movimentação das ruas...Eles têm maioria para aprovar, mas não dão prioridade”, sustenta o deputado.
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Para David Fleischer, cientista político e professor da Universidade de Brasília, a melhor forma de realizar a reforma política seria fazer um levantamento de projetos de lei e propostas de emenda à Constituição já existentes e tentar aprová-los. “Mas não sei se o Congresso tem cabeça ou capacidade para fazer isso, neste momento”, analisa. Para o especialista, Dilma ainda não conseguiu achar uma saída honrosa para a crise. “Não sei se governadores, prefeitos e a presidente podem tomar decisões que encerrem imediatamente os protestos, muitas coisas levarão semanas ou meses para serem decididas”, sustenta. Ele lembra que, mesmo que o plebiscito seja feito, “é apenas uma consulta, depois o Congresso pode fazer o que quiser com os resultados.”