Brasília – A Câmara aprovou o requerimento para retirar a tramitação do polêmico projeto de lei que permite o tratamento da homossexualidade, conhecido como “cura gay”. O pedido foi feito pelo próprio autor do proposta, deputado João Campos (PSDB-GO), mas, como o tema já havia sido apreciado na Comissão de Direitos Humanos da Casa, o requerimento teve de passar pelo plenário, seguindo normas do Regimento Interno. A manobra, no entanto, tem o objetivo de permitir que o projeto volte a ser apresentado.
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Autor retira 'cura gay' por falta de apoio do PSDBProjeto "cura gay" pode ser arquivado na semana que vemFeliciano agora diz que não existe 'cura gay'Senador quer proibir casais gays em propagandaCâmara rejeita tramitação de novo projeto da 'cura gay' Deputado reapresenta projeto que trata da 'cura-gay'A intenção da Câmara era que a matéria fosse votada nesta semana, e ainda ontem outro requerimento havia sido apresentado para que o projeto tramitasse em regime de urgência. A ideia era analisar o mérito e derrubar o texto, como anunciou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “Entendemos que o projeto é preconceituoso e inoportuno, e esta Casa não gostaria de vê-lo aprovado.” Alves disse ainda que, assim que foi aprovado o regime de urgência da tramitação, na reunião de líderes, Campos pediu para retirar a proposta da pauta. Na avaliação do deputado Jean Wyllys (PSol-RJ), o arquivamento do projeto foi uma manobra de Campos para reapresentar a proposta em momento oportuno – como o texto foi arquivado, o Regimento Interno prevê essa possibilidade. Se fosse rejeitado em plenário, não haveria mais essa chance. “Gostaríamos que a Casa derrotasse esse projeto e jogasse ele no lixo da história”, disse Wyllys.
Bancada
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), confirmou, em uma rede social, a manobra de João Campos. Segundo Feliciano, o projeto da cura gay “voltará na próxima legislatura”. “Teremos um número maior de deputados evangélicos”, previu o deputado, referindo-se à disputa eleitoral de 2014.