Jornal Estado de Minas

Vice-lider do governo rebate crítica da oposição à proposta de plebiscito

"Desde quando ouvir a população é um golpe?", questionou o petista

Agência Estado
Para o deputado, o plebiscito é "um ingrediente novo" na reforma - Foto: Leonardo Prado/Agencia Camara
O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PT-RS), rebateu nesta quarta-feira as críticas da oposição de que a proposta de plebiscito para reforma política feita pela presidente Dilma Rousseff seja uma tentativa de "golpe". "Desde quando ouvir a população é um golpe?", questionou o petista.
O deputado, que foi relator da última proposta de reforma política em trâmite na Casa, revelou que pediu ao presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para ser novamente o relator do grupo de trabalho que será criado na próxima semana por sua familiaridade com o tema.

Na avaliação do petista, o plebiscito é "um ingrediente novo" na reforma, que aguarda há quase duas décadas para ser votada. "Para quem está esperando há 18 anos, se nós conseguirmos votar algumas coisas para 2014, será um grande avanço", defendeu. Segundo ele, é possível aprovar um projeto no Congresso em paralelo à consulta popular, que também poderia ser via referendo, como quer a oposição. "O importante é que tiramos a reforma política da gaveta", comemorou.

Fontana ressaltou que a base governista trabalhará para aprovar o que for possível para valer em 2014 e que os prazos legais serão respeitados. "Ninguém vai quebrar as regras constitucionais do País", enfatizou.

Ele também rechaçou o discurso da oposição de que o governo, ao propor a reforma política diante dos protestos em todo País, estaria "manobrando" para não discutir sobre Educação, Saúde e Transporte Público. "É um discurso que não para em pé. Alguns não querem consultar a população e deixar as coisas como estão", concluiu.

Fontana insistiu que o momento é propício para uma reforma política profunda, com mudanças no sistema de financiamento das campanhas eleitorais - o PT defende o financiamento público. Ele reiterou que não se pode "ter medo do plebiscito", uma vez que a política segue perdendo credibilidade junto à sociedade. "O que não pode é a política continuar como está", afirmou.