Constrangido pelo fato de ter dado carona a parentes em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) no último fim de semana, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), resolveu devolver aos cofres públicos o valor equivalente ao preço de sete passagens no trecho de ida e volta entre o Rio Grande do Norte e o Rio de Janeiro. Em nota, Alves reconhece que “a concessão da carona foi um equívoco”, que será corrigido “por dever”.
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Mistério envolve roubo de R$ 100 mil de assessor do presidente da CâmaraCongresso gasta mais, apesar do discurso dos presidentes das duas CasasMinistério da Previdência confirma que Garibaldi usou avião da FAB para ir ao RioRenan não pagará por voo da FABPolícia apura roubo de R$ 100 mil de assessor de AlvesCalheiros admite que também usou avião da FAB para fins particularesEm nota, Alves diz que ordenou ao seu gabinete parlamentar que fizesse “o imediato recolhimento aos cofres públicos dos valores correspondentes às passagens Natal-Rio-Natal, relativos à carona oferecida em avião da FAB, por disponibilidade de assentos, a familiares, nos dias 28 e 30 de junho”. Segundo a nota, ele foi ao Rio cumprir agenda acertada com o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PMDB). “No sábado, 29, os dois participaram de uma reunião almoço, na residência oficial”, diz o documento. O evento, porém, não havia sido divulgado na agenda dos dois políticos.
Carro blindado
Enquanto paga aos cofres públicos a viagem para o Rio, Alves pretende gastar do erário valor 22 vezes maior. No seu estado de origem, o presidente da Câmara terá à disposição dois veículos utilitários esportivos de luxo superpotentes – um deles blindado. Edital de licitação lançado pela Casa esta semana prevê que as despesas com o aluguel dos carros girem em torno de R$ 222 mil por ano. O contrato pode ser renovado por igual período uma vez. Atualmente, no Rio Grande do Norte, Alves se desloca com veículo pessoal, também blindado, com motorista e seguranças.
Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa da Presidência da Câmara não havia informado por que resolveu tomar essa iniciativa agora e se outros presidentes da Casa tiveram veículos blindados nos estados de origem em gestões anteriores.