Enquanto os operadores políticos do Palácio do Planalto se desdobram para estancar a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, as correntes internas do PT apostam que as manifestações populares podem mudar a correlação histórica de forças do partido. O processo de eleições diretas petistas, o PED - que começa nesta quinta-feira, em Brasília, com o lançamento da candidatura do deputado paulista Paulo Teixeira à presidência pela tendência Mensagem ao Partido - pode abrir flancos para que tendências minoritárias e mais críticas ao governo federal assumam o papel de protagonistas na legenda.
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Rui Falcão adia candidatura à reeleição ao cargo de presidente nacional do PTRui Falcão ataca 'campanha de terrorismo' contra o PTBerzoini defende que o PT 'vá às ruas'PT faz críticas ao desempenho do governo DilmaProtestos entram no segundo mêsOnda de protestos não beneficiará nenhum partido, diz FHC "O que falta no governo Dilma é gestão", afirma deputado petistaAntes das manifestações, os petistas esperavam uma reeleição tranquila do atual presidente, o deputado estadual paulista Rui Falcão, que já está na linha de frente da campanha pela reeleição de Dilma. Com votação marcada para o dia 10 de novembro, o PED já conta com quatro candidatos além dele.
Falcão tinha marcado o seu lançamento para o último dia 27, mas adiou o evento depois que as manifestações tomaram conta do noticiário. Os outros nomes são de correntes mais à esquerda: Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, Renato Simões, da Militância Socialista, e Markus Sokol, do Trabalho.
Ex-líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira acredita que as manifestações provocarão uma mudança no cenário da direção petista. “Algumas forças colocavam o resultado do PED como certo. Agora ele é incerto”, diz. “As manifestações farão muito bem ao PT. O impacto será positivo para o PED”, prevê Renato Simões.
Para Valter Pomar, o PED será, como em 2005, “uma demonstração de que sob pressão o PT fica melhor e mais sintonizado com os interesses populares”. Para garantir a manutenção da hegemonia de seu grupo, o ex-presidente Lula escalou o ex-ministro Luiz Dulci, atual diretor do Instituto Lula, para coordenar a campanha de Falcão. A expectativa é de uma campanha pontuada por fortes críticas ao governo federal e ao atual comando partidário. “É preciso retomar as bandeiras da fundação do PT, como a reforma agrária, a redução da jornada de trabalho para 40 horas e o uso de verba pública apenas no serviço público”, diz Markus Sokol.