O plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff para mudar o sistema político divide até o PT. Embora a Executiva Nacional petista vá aprovar nesta quinta-feira um cronograma de mobilização, conclamando os militantes a se engajarem na campanha em defesa do plebiscito, a consulta popular não tem apoio unânime nem mesmo na bancada do PT na Câmara.
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Protestos podem promover mudanças na direção do PTPT apela à militância para apoiar plebiscitoBerzoini defende que o PT 'vá às ruas'Líder do PT diz que crítica ao governo Dilma "é voz isolada"Dilma conversa com manifestantes em SalvadorAmigo de Lula há mais de 30 anos, Devanir afirmou que a reforma política é assunto para “outro departamento”. A proposta enviada por Dilma ao Congresso prevê que a população seja consultada sobre cinco pontos: financiamento de campanha, sistema de votação, término dos suplentes no Senado, voto secreto no Parlamento e fim das coligações partidárias.
“Eu sou contra esse plebiscito, mas voto com o governo. Agora, querer jogar para o povo uma coisa que não conseguimos resolver há mais de dez anos não vai dar certo”, insistiu Devanir. “Essa reforma é para salvar os partidos, não é de interesse da sociedade.” Na sua avaliação, a convocação de Constituinte exclusiva para votar a reforma seria mais apropriada. A sugestão chegou a ser feita por Dilma, mas ela recuou diante de críticas de políticos e juristas.
Na tentativa de amenizar a crise, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse ontem, 3, que as discordâncias em relação ao plebiscito são “naturais”. A bancada do PMDB na Câmara fechou questão contra a realização do plebiscito neste ano e, a portas fechadas, considerou a iniciativa “manobra”.