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O petista admite alterar o teor da PEC, uma vez que, segundo ele, a intenção é apenas separar os bons dos maus profissionais. "O intuito é eliminar esses abusos. Mas membros do MP argumentaram que a PEC como está não seria boa porque quebraria o caminho da vitaliciedade. Recebi a sugestão e pelo que pude analisar ela é muito boa. Corrige questões e unifica o regime disciplinar do MP", afirmou Costa, que foi o relator do processo que resultou na cassação de Demóstenes. Segundo ele, o tema pode ser incluído na pauta de votação do plenário da semana que vem.
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre Camanho, defende que o Senado chegue a uma "calibragem" em relação ao texto da PEC de forma a aplicar punições exemplares a malfeitores e ao mesmo tempo preservar a vitaliciedade da carreira. "Uma pessoa ficar anos e anos afastada e ganhando vencimentos integrais é uma afronta à sociedade. Mas não se pode deixar que por causa de três ou quatro a garantia de 17 mil membros do MP no Brasil seja atingida. É a vitaliciedade que faz com que consigamos cumprir o nosso trabalho com destemor. É uma garantia para atuarmos em favor da sociedade", ponderou Camanho.
O conselheiro Almino Afonso, que ocupa vaga da advocacia no CNMP, classifica de corporativista a postura de integrantes do MP. "É uma demonstração mais do que inequívoca de que o MP só é republicano da porta para fora. Manifestar-se contrariamente à PEC 75 é, em última análise, defender a impunidade, que tanto se orgulham os membros do MP de defender em relação a todas às instituições republicanas", acusa.
Camanho, por sua vez, considera um equívoco dizer que a luta do MP é corporativista. "Não adianta nada se manter uma prerrogativa do MP como a investigação criminal e tirar justamente a sua proteção. Mas é preciso sim discutir o tema. É preciso haver uma disciplina remuneratória para os casos de afastamento", frisou.