Leia Mais
Denúncia de espionagem é 'supresa negativa', diz RauppCardozo manda PF investigar denúncias de espionagemDeputado propõe audiência para discutir espionagemItamaraty: Espionagem pode mudar governança da redeEspionagem dos EUA a brasileiros é grave, diz RenanSegundo o ministro, o embaixador teria admitido que o governo norte-americano monitora informações de cidadãos que moram nos Estados Unidos - como data e hora, duração, número discado e destinatário de mensagens, sites acessados - mas não conteúdo. Dados também ficariam registrados e armazenados pelo governo.
Probabilidade
Bernardo disse que o embaixador negou que esse monitoramento seja feito entre ligações nacionais feitas no Brasil, mas, segundo o ministro, é provável que ligações internacionais, feitas dos Estados Unidos para o Brasil e do Brasil para os Estados Unidos tenham sido monitoradas. "Pelo que o embaixador falou, é possível. Então, eu chego à conclusão que sim", afirmou.
O ministro disse que o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), que representa as empresas do setor, negou qualquer tipo de convênio ou procedimento que permita o repasse de informações de brasileiros.
Governança
Bernardo afirmou que é preciso discutir a governança da internet, que hoje está nas mãos dos americanos. Na avaliação dele, a internet deve ter uma governança multilateral, com a participação de diversos países. Atualmente, a internet é regida pela ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), entidade privada cuja sede fica na Califórnia e formalmente ligada ao Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
"O que eu acho que não pode é que nós estamos diante de uma evidência de que a internet está se transformando em um mecanismo de espionagem global, e que podemos cair numa situação de Estados monitorando a vida dos cidadãos de manhã, de tarde e de noite, e ninguém falar nada sobre isso", afirmou. O ministro lembrou que a imprensa europeia já noticiou que políticos e empresas alemãs são monitorados, bem como todo o Parlamento Europeu, tanto por meio de ligações telefônicas como por e-mails.
Reportagens do jornal O Globo afirmam que Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), monitorou, na última década, milhões de telefonemas e correspondência eletrônicas de pessoas residentes ou em trânsito no Brasil. A informação foi revelada pelo ex-analista da NSA Edward Snowden. De acordo com o texto, o País aparece em destaque nos mapas da NSA como prioridade no tráfego de telefonia e dados, ao lado da China, Rússia, Irã e Paquistão.