Jornal Estado de Minas

Greve dos médicos será decidida nesta quinta-feira

As principais centrais sindicais do país estão organizando para a próxima quinta-feira reuniões para votação do indicativo de greve da categoria

Júlia Chaib Karla Correia
Brasília – A decisão sobre uma possível greve de médicos no país será tomada na próxima quinta-feira, data de manifestações organizadas pelas principais centrais sindicais. “Nessa reunião, pode aparecer o indicativo de greve. Há um sentimento geral de que a pauta do governo se choca com as ideias da categoria sobre a saúde pública”, disse o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira. Os médicos prometem também brigar pela derrubada da medida provisória que reunirá todas ações do pacto e será enviada para votação no Congresso.
“O povo quer saúde com base em seu direito constitucional. Ele não quer medidas paliativas, inócuas ou de resultado duvidoso”, diz trecho da Carta das Entidades Médicas aos Brasileiros”, assinada pela Associação Médica Brasileira (AMB), pela Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Fenam. O CFM defende, como pontos centrais, a criação de uma carreira que incentive a ida de médicos para o interior e a destinação de 10% da receita bruta da União para a saúde, o que representaria cerca de R$ 30 bilhões a mais no orçamento da pasta, que hoje é de pouco mais de R$ 90 bilhões.

Na contramão das entidades médicas, a presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro de Souza, elogiou o pacote de medidas, mas fez ressalvas. “O pacto tem um sentido mais emergencial, de dar resposta ao que as ruas colocaram, que é o direito à saúde, mas precisa avançar”, disse. Ela defende os 10% da receita bruta e transparência na aplicação dos recursos. O CNS é vinculado ao Ministério da Saúde.