Jornal Estado de Minas

Aécio diz esperar que PSDB não esteja entre "corruptos"

A declaração do senador é uma resposta à pesquisa que aponta que cerca de 81% dos brasileiros consideram os partidos "corruptos ou muito corruptos"

Agência Estado
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta terça-feira que espera que seu partido esteja entre aqueles que os cidadãos consideram como não corrupto. A afirmação foi feita após ele ser questionado sobre o resultado de pesquisa Ibope divulgado pela Transparência Internacional que aponta que cerca de 81% dos brasileiros consideram os partidos "corruptos ou muito corruptos". Na prática, o levantamento mostra que quatro de cada cinco pessoas põem em xeque a base da representação política no País. "Espero que estejamos dentro dos 19%. Eu me considero", disse o tucano, após reunião da Executiva Nacional do partido em Brasília.
"É um sentimento que existe em relação à classe política como um todo. Ele é óbvio e tem que ser reconhecido. Cabe a nós fazer o que estamos fazendo aqui com propostas de transparência e ética na vida pública", acrescentou o senador que momentos antes propôs alguns temas para serem discutidos no Congresso sobre a reforma política.

Entre os pontos propostos, está o fim da reeleição para um mandato de cinco anos; introdução do voto distrital misto; fim das coligações proporcionais; mudança no sistema de escolha e redução do número de suplentes de senador; cláusula de barreira para os partidos; e mudança no sistema de contabilidade do tempo de rádio e TV nas disputas eleitorais.

O senador também foi questionado sobre o posicionamento do partido em relação à votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado de autoridades. A proposta pode ser votada nesta semana e encontra resistência de alguns setores do PSDB, que defendem que a nova regra não tenha valor sobre os processos em julgamento nos tribunais superiores. Aécio, no entanto, disse que o tema ainda está em debate dentro das bancadas da Câmara e do Senado.

"Essa não foi uma questão discutida hoje na Executiva até porque está sendo discutida na nossa bancada da Câmara e do Senado. Mas não há posição do partido em relação a essa questão", afirmou.